Os dados divulgados hoje pelo jornal diário Dziennik Gazeta Prawna revelam que a Polónia, uma nação com uma população de mais de 38 milhões pessoas, registou 357.400 nascimentos no ano passado, o número mais baixo desde 2005, e cerca de 486.200 mortes por várias causas, o número mais elevado desde a Segunda Guerra Mundial, na qual o país perdeu milhões de cidadãos.
A estatística mostra uma perda populacional de cerca de 129.000 pessoas em 2020, em comparação com um declínio de cerca de 36.400 no ano anterior.
A população da Polónia diminuiu lentamente nas últimas duas décadas, principalmente devido à emigração de jovens em busca de melhores oportunidades.
A baixa taxa de natalidade surpreendeu os observadores, já que alguns especialistas previram que as medidas de confinamento que o Governo polaco tem vindo a impor regularmente, por causa da pandemia, conduziriam a um aumento da natalidade.
A conclusão deriva do facto de as restrições da lei marcial da era comunista na Polónia, durante o início dos anos 1980, terem produzido um aumento no número de nascimentos.
O especialista em demografia Piotr Szukalski disse ao jornal Dziennik Gazeta Prawna que acredita que as profundas preocupações com a disseminação do novo coronavírus são responsáveis por esta "crise demográfica".
A ministra da Família e Política Social, Marlena Malag, atribuiu a alta taxa de mortalidade à pandemia e disse que demorará muito para que o atual programa governamental de benefícios familiares, que visa aumentar a taxa de natalidade, reverta a tendência negativa.
Comentando os dados que a agência estatal de estatísticas divulgou em dezembro, sobre o ano de 2020, o economista Rafal Mundry disse que o número de mortes foi o maior desde a Segunda Guerra Mundial e que o número de nascimentos foi o menor em 15 anos.
"Estamos perante uma enorme crise demográfica", explicou Mundry, na sua conta da rede social no Twitter.
Em 2019, cerca de 30.000 pessoas morreram mensalmente na Polónia, em média.
Em novembro, quando os casos de covid-19 aumentaram, o país registou quase 60.400 mortes.
A alta taxa de mortalidade continuou nas primeiras três semanas de 2021, com quase 29.000 mortes, em comparação com cerca de 24.800 mortes nas primeiras três semanas de 2020, antes da pandemia.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.140.687 mortos resultantes de mais de 99,6 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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