Apesar da decisão para todo o país só ter sido comunicada no dia 19 de janeiro, o estado federado da Baviera começou a aplicar esta medida antes, e apenas permitindo o uso do modelo FFP2. Para Markus Söder, primeiro-ministro da maior região do país, esta foi a forma encontrada para tornar o "dia-a-dia mais seguro".
"As chamadas máscaras comunitárias são usadas para proteger os outros. As FFP2 também o protegem a si", referiu o governador, em conferência de imprensa, no dia 12 de janeiro.
Na página oficial do governo alemão, pode ler-se que as máscaras são "um importante componente na luta contra a pandemia", conseguindo, as FFP2, filtrar "pelo menos 94% dos aerossóis", sendo o seu correto uso "fundamental".
Para o diretor da Autoridade de Saúde da cidade de Frankfurt am Amain, René Gottschalk, esse é precisamente o motivo que o leva a ser contra a utilização deste tipo de máscara pela população geral.
Citado pelo jornal Pharmazeutische Zeitung, o médico acredita que apenas os profissionais conseguem colocar e manusear corretamente a FFP2, ajustando-a à cara, evitando as folgas. Acrescenta as dificuldades de acrescidas de respiração que podem surgir em alguns idosos.
Ainda assim, Gottschalk manifesta-se a favor da proibição do uso das máscaras comunitárias nos transportes públicos, lares de idosos, e em locais como supermercados.
Na Baviera, desde esta segunda-feira, a multa para quem não respeitar esta regra pode chegar aos 250 euros.
A virologista Ulrike Protzer, diretora do Instituto de Virologia do Helmholtz Zentrum de Munique, e chefe do Instituto de Virologia da Universidade Técnica de Munique, não considera a exigência de máscaras FFP2 particularmente útil.
Em declarações ao grupo Bayerischer Rundfunk, a especialista aponta a menor fiscalização deste tipo de máscaras por não se considerarem um dispositivo médico, por terem a sua máxima eficácia assegurada apenas se estiverem perfeitamente colocadas, e a dificuldade de respiração para algumas pessoas.
O infecciologista Christoph Spinner, da Universidade Técnica de Munique, partilha a opinião, congratulando-se com o facto de nas restantes 15 regiões, o uso de máscaras cirúrgicas ser autorizado.
"Estou muito feliz que os políticos tenham encontrado uma abordagem racional, e que não tenham reagido exageradamente", à emissora de rádio e televisão pública da Baviera, a Bayerischer Rundfunk.
A obrigatoriedade do uso da máscara cirúrgica ou FFP2 foi comunicada pela chanceler Angela Merkel, como forma de fazer frente à nova variante detetada no Reino Unido. A medida deverá ser agora adaptada a cada um dos 16 estados federados.
Berlim já anunciou a distribuição gratuita de três milhões e meio de máscaras cirúrgicas esta semana para quem não tenha meios financeiros para a compra.
De acordo com o portal comparador de preços idealo.de, a procura das máscaras FFP2 aumentou, em janeiro, 1.300% em relação a novembro do ano passado. A oferta tem acompanhado esta tendência o que tem feito, segundo esta página, com que os preços tenham diminuído, ao contrário do previsto.
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