A China já começou a usar amostras anais para testar pessoas que possam ser consideradas de alto risco, por morarem em zonas onde foram previamente detetados casos de infeção por SARS-CoV-2. De acordo com os especialistas, este tipo de triagem aumentará a taxa de deteção do vírus, uma vez que o coronavírus permanece mais tempo no ânus do que no trato respiratório.
As autoridades locais recolheram amostras anais de moradores de bairros de alto risco em Pequim, na semana passada, de acordo com a estação estatal CCTV, citada pelo Guardian, assim como de pessoas instaladas em locais em quarentena.
O método de recolha de amostras anais "pode aumentar a taxa de deteção em pessoas infetadas", porque os vestígios do vírus permanecem mais tempo no ânus do que no trato respiratório, esclareceu à televisão estatal Li Tongzeng, médico do Hospital Youan, em Pequim.
A recolha de amostras via anal não é utilizada como método oficial, mas apenas nas zonas do norte do país, onde surgiram recentemente mais de 1.700 novos casos. O método baseia-se na inserção de uma zaragatoa com dois a três centímetros, embebida em solução salina, no ânus, sendo depois testada a amostra.
Segundo a Bloomberg, mais de mil crianças e docentes em Pequim foram testados desta forma, pelas vias convencionais (garganta e nariz) e ainda fizeram um teste de antigénio, depois de ter sido detetado na instituição escolar um caso assintomático.
Este é mais um esforço da política de tolerância zero que a China está a aplicar para combater o surgimento de novos surtos de coronavírus, a par de restrições nas fronteiras, testes em massa e confinamentos restritos.
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