O governante falava durante uma visita às obras de instalação de um centro de internamento de covid-19 no Hospital Geral de Mavalane, Maputo.
Segundo o ministro, 70% das amostras do mês de dezembro já eram constituídas pela nova variante.
As análises foram feitas na vizinha África do Sul e noutros países.
O virologista Pedro Simas afirmou na última semana em declarações à Lusa que as novas estirpes do vírus não "têm impacto de provocar maior doença".
De acordo com o virologista, as novas variantes devem ser vigiadas e não criar pânico na sociedade, porque faz parte do "processo natural" de replicação e evolutivo do vírus SARS-CoV-2.
Moçambique enfrenta desde final do ano uma aceleração da propagação da covid-19.
O centro de internamento cujos trabalhos de instalação Armindo Tiago hoje visitou servirá para dar resposta ao aumento do número de casos.
Sem avançar detalhes, o ministro da Saúde disse ainda que o Governo tem disponível parte dos fundos necessários para a obtenção da vacina contra o novo coronavírus, mas "vai ser difícil" haver disponibilidade "no mercado internacional".
"Como todos estamos a acompanhar, a vacina está a ser difícil mesmo para os países europeus", lamentou Armindo Tiago, reiterando que se vai fazer "de tudo" para que a vacina esteja disponível entre fevereiro e março.
Pretendemos "adquirir vacinas cuja conservação é possível no nosso contexto", afirmou.
"Portanto, vamos adquirir vacinas que ficam armazenadas entre dois e oito graus, o que é compatível com o atual sistema de frio que nós temos", acrescentou.
Moçambique conta com um cumulativo de 336 óbitos por covid-19, havendo ainda 34.926 pessoas infetadas pelo novo coronavírus, das quais 64% estão recuperadas.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.159.155 mortos resultantes de mais de 100 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.