"O Irão deixou de respeitar os seus compromissos em várias frentes. Vai levar algum tempo, se tomar essa decisão, para regressar ao assumido, e também vai ser preciso tempo para que possamos avaliar se respeita as suas obrigações. O mínimo que agora podemos dizer é que estamos longe", afirmou, durante a sua primeira conferência de imprensa.
Por seu lado, Teerão exige que Washington dê o primeiro passo e levante as sanções antes de qualquer outra coisa, o que deixa adivinhar negociações árduas.
O presidente Joe Biden "disse claramente que se o Irão respeitar de novo plenamente os seus compromissos" do acordo de 2015, "os EUA farão o mesmo", declarou Blinken, em Washington.
"Posteriormente, utilizaríamos isso como um ponto de partida para construir, com os nossos aliados e parceiros, o que temos designado por um acordo mais durável e mais forte, para gerir vários outros assuntos que são muito problemáticos na relação com o Irão", adiantou o secretário de Estado.
O acordo que visa impedir o Irão de se dotar da arma nuclear foi concluído em 2015 com as grandes potências, entre as quais os EUA, então presididos pelo democrata Barack Obama, e depois apoiado pela Organização das Nações Unidas.
Mas em 2018, o então titular da Casa Branca, o republicano Donald Trump, decidiu retirar os EUA do acordo, considerando-o insuficiente na frente nuclear, mas também para limitar as "atividades desestabilizadoras" da República Islâmica no Médio Oriente.
No processo, Trump restabeleceu e depois agravou as sanções dos EUA ao Irão, que, em reação, começou a ignorar os limites impostos ao seu programa nuclear.
Biden, que era vice-presidente de Obama em 2015, prometeu retomar o diálogo e regressar ao acordo, considerando que impedir o Irão de obter a arma nuclear era a prioridade número um.