Europa vs. AstraZeneca. Servido quem chega 1.º? "Pode funcionar no talho"
Continua o braço de ferro entre a Comissão Europeia e a farmacêutica por causa das vacinas contra a Covid-19. "Rejeitamos a lógica do primeiro a chegar, primeiro a ser servido", afirmou Stella Kyriakides.
© Reuters
Mundo Covid-19
"Rejeitamos a lógica do primeiro a chegar, primeiro a ser servido. Isso pode funcionar nos talhos dos bairros, mas não nos contratos. E não nos nossos contratos de compra antecipada". Foi desta forma que a Comissária Europeia da Saúde, Stella Kyriakides, reagiu aos argumentos da farmacêutica AstraZeneca que mantêm um género de braço de ferro acerca das vacinas contra a Covid-19.
Apesar de as doses só deverem ser aprovadas para uso na União Europeia na próxima sexta-feira, a Comissão quer desde já garantir que não irão ocorrer atrasos na distribuição. Por seu lado, a farmacêutica britânica aponta que pretende fornecer as vacinas a quem assinou os contratos de distribuição antes - como o caso do Reino Unido - argumento que a Europa repudia. A agravar, a AstraZeneca já referiu que está a ter problemas com a sua cadeia de produção.
"Encontramo-nos numa pandemia. Perdemos pessoas todos os dias. Estes não são números, não são estatísticas, são pessoas, com famílias, com amigos e colegas que também são todos afetados. As empresas farmacêuticas, os produtores de vacinas, têm responsabilidades morais, societais e contratuais, que precisam de manter", sublinhou Stella Kyriakides, em conferência de imprensa.
"I call on AstraZeneca to engage fully, to rebuild trust, to provide complete information and to live up to its contractual, societal and moral obligations."
— European Commission 🇪🇺 (@EU_Commission) January 27, 2021
– Commissioner @SKyriakidesEU
Estas afirmações surgiram após uma entrevista dada pelo presidente executivo da AstraZeneca, Pascal Soriot, a uma série de meios de comunicação europeus, argumentando que a UE não podia reclamar contra o fornecimento tardio da vacina contra a Covid-19 dado ter assinado o contrato três meses depois dos britânicos.
O contrato assinado com a AstraZeneca foi orçamentado em 336 milhões de euros (embora apenas tenha sido paga uma parte da verba total).
This is interview with the boss of AstraZeneca is an absolute must-read. https://t.co/pIhusl2xF3
— Duncan Robinson (@duncanrobinson) January 26, 2021
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