O ministro da Saúde britânico deverá protagonizar, esta tarde, uma conferência de imprensa onde dará novas informações sobre o processo de vacinação no país.
Matt Hancock deverá fazer um anúncio sobre o facto de ter cumprido o objetivo de administrar a primeira dose da vacina a todos os residentes de lares de idosos no Reino Unido, ou pelo menos assim o prevê a imprensa britânica.
De acordo com o sistema de saúde público (NHS), foram administradas vacinas a "centenas de milhares" de residentes em mais de 10 mil lares de idosos em todo o país, restando um número pequeno de estabelecimentos cuja vacinação foi adiada devido ao aparecimento de surtos de infeção internos.
O Mirror refere que, no sábado, o país registou um total de 600 mil doses de vacina administradas em apenas 24 horas. Um valor recorde que faz referência apenas à primeira dose da vacina, o que significa que estas 600 mil pessoas não estão ainda imunes à doença.
Contudo, meio caminho está feito. Acredita-se que o número de internamentos está a cair vertiginosamente e que a crise pandémica no país está a estabilizar.
Os residentes e trabalhadores de lares de idosos fazem parte do primeiro de quatro grupos prioritários que o Comité Conjunto de Vacinação e Imunização [Joint Committee on Vaccination and Immunisation, JCVI] determinou para o plano de vacinação, juntamente com profissionais de saúde, maiores de 70 anos e pessoas clinicamente muito vulneráveis.
No total, estes quatro grupos perfazem cerca de 15 milhões de pessoas no Reino Unido, que o Governo britânico espera conseguir imunizar até 15 de fevereiro.
Devido à regionalização dos poderes, as campanhas de vacinação na Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte estão a ser coordenados pelos respetivos governos autónomos.
De acordo com dados oficiais, até agora já foram vacinadas no Reino Unido inteiro cerca de nove milhões de pessoas com uma primeira dose e meio milhão com a segunda dose.
Segundo o NHS, em Inglaterra já foram vacinadas quase 90% das pessoas com mais de 80 anos e 75% das pessoas com mais de 75 anos.
O primeiro-ministro, Boris Johnson, considerou este resultado um "marco crucial" na corrida em curso para vacinar "os mais vulneráveis contra esta doença mortífera" e prometeu acelerar a campanha de vacinação.
"Dissemos que daríamos prioridade e que protegeríamos os residentes de lares de idosos e foi exatamente isso que fizemos. Ainda vão existir momentos difíceis e o número de casos e pessoas hospitalizadas continua perigosamente alto. Mas as vacinas são o nosso caminho para sair da pandemia", disse, num comunicado.
Após os primeiros quatro grupos, a lista de prioridades segue sobretudo grupos etários, seguindo-se na própria fase os maiores de 65 anos, pessoas entre 16 e 64 anos com comorbilidades de alto risco, e depois os maiores de 60 anos, seguidos pelos maiores de 55 anos e por fim maiores de 50 anos.
O Partido Trabalhista tem defendido a inclusão dos professores na lista de prioridades, enquanto a ministra do Interior, Priti Patel, indicou que os polícias também deveriam ser considerados.
Porém, a comissão de vacinação disse que a vacinação de certas profissões deve ser avaliada apenas depois de receberem uma primeira dose os nove grupos prioritários, pois estes representam a maioria das hospitalizações.
Entretanto, o Governo britânico revelou hoje ter encomendado mais 40 milhões de doses da vacina produzida pela francesa Valneva, somando 100 milhões desta farmacêutica, que tem uma unidade de produção na Escócia.
No total, o Reino Unido tem encomendadas mais de 400 milhões de doses de diferentes companhias, embora o regulador só tenha aprovado o uso das vacinas da Pfizer/BioNTech, da Oxford/AstraZeneca e da Moderna.
O Reino Unido é um dos países mais afetados pela pandemia covid-19, durante a qual registou, até domingo, 106.158 mortes confirmadas, o maior número na Europa e o quinto a nível mundial, atrás dos Estados Unidos, Índia, Brasil e México.
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