Banco Mundial suspende financiamento na RDCongo após alegada fraude

O Banco Mundial anunciou hoje a suspensão de 100 milhões de dólares (83 milhões de euros) de financiamento à educação gratuita na República Democrática do Congo (RDCongo), depois de detetar alegados casos de fraude e corrupção no setor público.

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Lusa
01/02/2021 21:01 ‧ 01/02/2021 por Lusa

Mundo

RDCongo

O Banco Mundial tinha aprovado, em junho, o financiamento em 800 milhões de dólares (663 milhões de euros) de um projeto de apoio ao ensino primário público gratuito na RDCongo, uma das principais bandeiras do chefe de Estado congolês, Félix Tshisekedi.

A organização financeira internacional recorda um relatório publicado em novembro pela Inspeção Geral das Finanças (IGF) que detetou "várias falhas e alegados casos de fraude e corrupção em relação ao uso de fundos públicos no setor" da educação.

"À luz destas conclusões, o desembolso previsto para dezembro encontra-se suspenso", sublinhou o Banco Mundial num comunicado divulgado no seu portal.

A primeira tranche tinha um valor previsto de 100 milhões de dólares.

Em 22 de janeiro, dois responsáveis públicos implicados na investigação foram detidos, noticia a Radio France Internationale (RFI).

"Estes dois altos funcionários públicos introduziram irregularmente um grande número de pessoal não docente no sistema de salários", afirmou Jean-Bosco Puna, do Sindicato Nacional de Professores Católicos, à agência France-Presse (AFP).

Quatro milhões de novos alunos foram matriculados para o ano letivo de 2019-2020, que esteve interrompido durante seis meses devido à pandemia de covid-19.

Depois de um reinício em outubro, as escolas e as universidades congolesas acabaram por suspender as suas atividades novamente em dezembro pelas mesmas razões.

Aquando da sua introdução, o custo do ensino público gratuito foi estimado em 2,6 mil milhões de dólares (2,16 mil milhões de dólares), uma grande parte do orçamento estatal de 6,8 mil milhões de dólares (6,64 mil milhões de euros).

Antes da educação gratuita, os pais pagavam a matrícula, os salários dos professores e a inscrição nos exames, mesmo no setor público.

País com maior área na África Subsaariana, a RDCongo tem cerca de metade da sua população de 80 milhões de pessoas abaixo dos 20 anos de idade.

Leia Também: Primeiro-ministro da RDCongo demite-se após moção de censura

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