"Matariki será um feriado próprio na Nova Zelândia. Um tempo para a celebração e para a reflexão e o nosso primeiro feriado público que reconhece 'te ao maori' (o mundo maori, na língua indígena)", disse a primeira-ministra na localidade de Waitangi, na Ilha do Norte.
O Ano Novo maori, cuja data varia segundo a aparição das estrelas Plêiades (que fazem parte da constelação de Touro) e que marca o início do calendário lunar deste povo durante o verão austral, será celebrado pela primeira vez a 24 de julho de 2022.
Em Waitangi, as autoridades britânicas selaram o controlo da Nova Zelândia com a assinatura do Tratado de Waitangi com vários líderes maoris em 06 de fevereiro de 1840, cujo aniversário se assinala no próximo sábado.
Jacinda Ardern cumpriu assim uma promessa eleitoral, que fez antes das eleições de setembro, e oficializou uma data que já era amplamente festejada no país.
Segundo a primeira-ministra, o feriado reconhecerá "a identidade única e compartilhada" da Nova Zelândia e "a importância de 'tikanga maoir' (costumes maori)".
"Será algo muito especial e único na Nova Zelândia", referiu ainda.
Um grupo de especialistas maoris aconselhará as autoridades sobre as datas em que o Matariki deve ser celebrado, bem como o desenvolvimento de material educativo sobre a data, que se torna o décimo segundo feriado na Nova Zelândia.
Os maoris, que atualmente representam 17% dos mais de 4,9 milhões de habitantes da Nova Zelândia, chamam as Plêiades de Matariki, que significa "olhos de Deus" ou "olhos minúsculos".
De acordo com a mitologia maori, a origem de 'Mataraki' começou quando o pai Céu, Rangunui e a mãe Terra, Papatuanuku, se separaram dos seus filhos.
Um dos seus descendentes, o deus dos ventos, Tawhirimatea, arrancou os olhos dos pais e atirou-os para o céu, criando o aglomerado de estrelas, segundo uma versão do mito de Aotearoa, nome dado à Nova Zelândia pelos povos originários deste país.
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