Taiwan diz que laços com os EUA permanecem fortes após transição de poder
A líder de Taiwan afirmou hoje que os laços com Washington permanecem sólidos após a transição de poder nos Estados Unidos, numa altura em que a marinha norte-americana afirma a sua presença no mar do Sul da China.
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Mundo Biden
Tsai Ing-wen disse que o apoio dos EUA permanece firme, enquanto a China envia um número crescente de aviões militares chineses para o espaço aéreo do sudoeste de Taiwan.
"Gostaria de reiterar que Taiwan não recuará face à pressão", disse Tsai, num discurso anual, nas vésperas do Ano Novo Lunar.
"Quando as autoridades de Pequim estiverem dispostas a resolver os conflitos, teremos um diálogo em condições de igualdade e dignidade", defendeu.
Embora a China e os EUA tenham indicado o desejo de reduzir a animosidade que marcou a relação durante o mandato de Donald Trump, os partidos Democrata e Republicano mantêm um forte apoio a Taiwan e uma abordagem dura em relação à China em questões sobre o comércio, Direitos Humanos e a crescente assertividade na política externa de Pequim.
Os comentários de Tsai ocorrem numa altura em que a Frota do Pacífico dos EUA conduz exercícios no Mar do Sul da China, com navios e aviões dos porta-aviões Theodore Roosevelt e Nimitz.
Os exercícios têm como objetivo "aumentar a interoperabilidade entre os ativos, bem como as capacidades de comando e controlo", apontou a 7.ª Frota dos EUA, em comunicado.
"Os navios e aeronaves dos dois grupos de ataque coordenaram as operações numa área de alto tráfego [marítimo], para demonstrar a capacidade da marinha dos EUA de operar em ambientes desafiadores", acrescentou.
Navios de guerra norte-americanos e chineses estão constantemente a disputar posições no Mar do Sul da China, uma faixa de navegação vital na região Ásia Pacífico.
A China, cujo poder militar marítimo está em expansão, alega que grande parte do mar é seu e construiu várias ilhas artificiais equipadas com pistas, estações de radar e mísseis para reforçar a sua reivindicação, acusando os EUA, que regularmente patrulham as águas com meios aéreos, porta-aviões e outros navios de guerra, de se intrometerem numa disputa que é puramente asiática.
O porta-voz do ministério dos Negócio Estrangeiros da China, Wang Wenbin, disse hoje que os exercícios dos EUA não são conducentes à paz e estabilidade regionais.
"A China continuará a tomar as medidas necessárias para defender firmemente a sua soberania e segurança e trabalhar com os países da região para manter firmemente a paz e a estabilidade no mar do Sul da China", disse.
Taiwan detém a ilha Taiping no altamente contestado arquipélago Spratly, juntando-se à Malásia, Filipinas e Vietname para desafiar a ambição da China em exercer controlo sobre aquela área.
O território também possui vastas reservas submarinas de petróleo e gás.
Os Estados Unidos têm defendido a "liberdade de navegação", tornando esta área uma fonte potencial de conflito entre as duas grandes potências mundiais.
China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.
Taiwan, que se auto designa República da China, tornou-se, entretanto, numa democracia com uma forte sociedade civil, mas Pequim considera a ilha parte do seu território e ameaça a reunificação pela força.
Pequim critica qualquer relação oficial entre países estrangeiros e Taipé, trocas que considera um apoio ao separatismo de Taiwan.
Os Estados Unidos são o maior apoiante militar da ilha contra as ameaças chinesas e um defensor da participação de Taiwan em reuniões de organizações internacionais.
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