Hans Kluge, diretor para a Europa da Organização Mundial de Saúde, afirma, em entrevista ao El Pais, que o ano "de 2021 ainda será um ano de pandemia", mas acredita que o surgimento de novas variantes não vão provocar uma nova pandemia.
O responsável que assumiu o cargo em fevereiro do ano passado, precisamente quando a Covid-19 se tornava numa pandemia, considera injustas as críticas feitas à Europa, por estar um pouco mais atrasada no que ao plano de vacinação diz respeito, em comparação com outros países.
"As vacinas foram desenvolvidas com uma rapidez sem precedentes [...] E devemos reconhecer que a estratégia de negociação da UE permitiu uma economia de escala que proporciona vacinas a todos os países e por igual, e a um preço justo para todos", afirma.
Questionado sobre se receia que as novas variantes possam pôr em causa a eficácia das vacinas desenvolvidas, o médico belga salienta que as variantes da covid-19 "não são um novo vírus", mas sim "uma evolução normal de um patógeno a tentar adaptar-se ao seu anfitrião, o ser humano".
"Não é o início de uma nova pandemia", reforça, defendendo contudo que estas nos devem deixar em alerta e lembrar que as medidas ainda não podem ser descuradas.
Hans Kluge reconhece que as pessoas, mais do que cansadas, estão "frustradas" com a pandemia, e diz estar preocupado com a possibilidade do nascimento de uma epidemia paralela, que á a da saúde mental. Para o médico, a camada jovem da população é a que causa mais preocupação, uma vez que é a que denuncia maior frustração com os aspetos do confinamento, e diz que é preciso passar uma mensagem de empatia para os que não estão a lidar bem com esta situação.
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