A descida na incidência de novos casos de contágio pelo novo coronavírus também "esconde um número crescente de surtos e transmissão comunitária" atribuída a "novas variantes preocupantes" do SARS-CoV-2, como a que foi descoberta na África do Sul.
"A esmagadora maioria dos países europeus continua vulnerável", sintetizou o diretor regional da OMS para a Europa, Hans Kluge, numa conferência de imprensa virtual a partir da sede europeia da organização, em Copenhaga.
Citando números de 29 dos 37 países do continente que começaram campanhas de vacinação, o responsável indicou que "7,8 milhões de pessoas completaram a sua imunização, o que é equivalente a apenas 1,5 por cento da população desses países".
Hans Kluge considerou que há uma "fronteira ténue entre a esperança trazida pelas vacinas e uma falsa sensação de segurança" e que o surgimento de novas variantes, algumas mais contagiosas, como a que foi descoberta no Reino Unido significam que é preciso "fazer tudo para reduzir a transmissão e reduzir as mutações que podem influenciar a eficácia das vacinas".
A variante descoberta na África do Sul foi detetada em 19 países europeus e embora "a transmissão comunitária no continente ainda não esteja disseminada, essa variante foi ligada a um número crescente de surtos".
"Se não contivermos a transmissão agora, os benefícios expectáveis das vacinas para controlar a pandemia podem não ser evidentes", notou.
Hans Kluge defendeu que são necessárias "decisões ponderadas nesta altura crítica".
"Uma e outra vez, vimos países a reabrirem demasiado depressa e a perderem conquistas que custaram. As decisões sobre medidas de saúde pública precisam de se apoiar em dados da avaliação epidemiológica e na capacidade do sistema de saúde", salientou.
As vacinas são "essenciais, mas por agora, não chegam para controlar a pandemia", afirmou.
"Os fabricantes terão que se ajustar à evolução do vírus e é importante ter um arsenal diverso de vacinas de várias plataformas tecnológicas para usar em contextos variados", declarou Hans Kluge.
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