O Senado dos Estados Unidos chumbou, este sábado, a destituição de Donald Trump, acusado de "incitamento à insurreição" pelos ataques ao Capitólio. Os Democratas não conseguiram os dois terços necessários para a condenação do ex-Presidente: 57 votaram a favor e 43 contra.
Com esta decisão, Trump poderá voltar a candidatar-se à Casa Branca.
Sete Republicanos votaram para que Trump fosse declarado culpado, o que representa o maior número de sempre de senadores do partido de um Presidente alvo de destituição.
Os Democratas encerraram o caso contra Trump hoje, ao desistirem de um plano de última hora para o depoimento de testemunhas, que poderia ter prolongado o processo e atrasado um veredito.
Democratas e Republicanos acabaram por chegar a um acordo para que fosse registada uma declaração de um legislador Republicano sobre um telefonema acalorado no dia do motim, entre Trump e o líder da minoria na Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, segundo a qual os Democratas estabeleceram a indiferença de Trump perante a violência.
"O nosso movimento histórico, patriótico e belo ainda só está a começar"
Entretanto, o ex-presidente dos Estados Unidos já reagiu à absolvição e, desta vez, banido do Twitter, divulgou um comunicado:
"O nosso movimento histórico, patriótico e belo ainda só está a começar. O meu mais profundo agradecimento também a todos os senadores e congressistas dos EUA que se ergueram com orgulho em defesa da Constituição que reverenciamos e pelos princípios legais sagrados no coração do nosso país", pode ler-se na referida nota, na qual Trump acrescenta que "nenhum Presidente alguma vez teve de passar por algo assim".
BREAKING: Sen. Burr on vote to convict: "The evidence is compelling that President Trump is guilty of inciting an insurrection against a coequal branch of government and that the charge rises to the level of high Crimes and Misdemeanors." https://t.co/PdTzWvvxmo pic.twitter.com/a75DtuIz0G
— ABC News (@ABC) February 13, 2021
Hoje, o líder dos republicanos no Senado norte-americano, Mitch McConnell, anunciou que votaria pela absolvição de Trump, acusado de "incitação à insurreição" no ataque ao Capitólio.
McConnell explicou que considera que o Senado não tem capacidade para julgar um ex-presidente para a sua destituição e refere que tendo em conta essa conclusão votará "pela absolvição".
Recorde-se que, na quinta-feira, os procuradores democratas pediram a condenação de Trump, mostrando imagens de vídeo que procuravam fazer uma relação direta entre as declarações públicas do ex-presidente, denunciando fraude eleitoral nas presidenciais de 3 de novembro de 2020, e a ação da multidão que atacou o Capitólio, em 6 de janeiro passado, provocando cinco mortes.
Na sexta-feira, decorreu a apresentação dos argumentos de defesa, a cargo de uma equipa de três advogados contratados por Trump, que acusaram os democratas de quererem "vingança política".
Usando as mesmas armas que os procuradores democratas, o advogado Michael van der Veen divulgou vídeos para demonstrar que Trump se apresentava regularmente como o protetor da "lei e ordem" e que também os seus adversários por vezes faziam discursos inflamados.
No passado dia 13 de janeiro, Trump tornou-se no primeiro Presidente na história dos Estados Unidos a ser alvo de dois processos de 'impeachment'.
Mais de 230 democratas, mas também 10 republicanos, votaram a favor, acusando Trump de ter incitado os seus apoiantes a invadir o Capitólio.
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