Numa carta enviada ao chefe do Governo, os conservadores, que se têm manifestado céticos em relação ao confinamento, exigem que as medidas restritivas sejam progressivamente levantadas a partir de 08 de março.
O Governo britânico planeia reabrir as escolas e os bares na altura da Páscoa e, no final do abril, todos os setores produtivos.
Na carta, os deputados argumentam que, a partir de 8 de março, o Governo deve "demonstrar" ao parlamento que as medidas que restam são proporcionais e essenciais, especificando num plano como afetam a sociedade e a economia e quando serão canceladas, com o objetivo de as retirar completamente em maio.
"A covid-19 é uma doença grave e devemos controlá-la. Mas, tal como a covid, os bloqueios e as restrições causam imensos danos sociais e de saúde e têm um grande impacto na vida das pessoas", sustentam.
Os 63 deputados, de um total de 365 que o Partido Conservador tem na Câmara dos Comuns, pertencem ao chamado 'Covid Recovery Group´, formado em novembro, que se opõe ao que consideram ser restrições excessivas que podem ameaçar as liberdades individuais.
A par da pressão crescente dentro do seu partido, Johnson enfrenta as indicações das autoridades de saúde e da comunidade científica, que pedem que não sejam levantadas as medidas de contenção de forma prematura para que não seja criado outro surto da pandemia.
Embora os dados sobre mortes e infeções indiquem que o confinamento quase total, aplicado desde janeiro, tem atrasado a disseminação do vírus no Reino Unido, os especialistas acreditam que os números ainda são altos demais para baixar a guarda.
Johnson planeia apresentar um roteiro detalhado para o desconfinamento em 22 de fevereiro, mas vai manter ainda durante algum tempo as restrições impostas ao território britânico.
Por outro lado, o Governo conservador espera, na segunda-feira, iniciar a segunda fase do seu programa de vacinação, cumprindo o objetivo de imunizar os quatro principais grupos vulneráveis da sociedade, num total de cerca de 15 milhões de pessoas.
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