A ministra dos Negócios Estrangeiros do Peru apresentou a demissão este domingo devido a um escândalo de vacinação indevida que envolve outros responsáveis governamentais, de acordo com a Associated Press.
Astete, que liderou as negociações do executivo peruano para adquirir um milhão de doses da vacina da farmacêutica chinesa Sinopharm, informou através de um comunicado que recebeu a primeira dose da vacina no dia 22 de janeiro.
“Estou ciente do erro grave que cometi, motivo pelo qual decidi não receber a segunda dose”, explicou a ministra demissionária.
O presidente peruano, Francisco Sagasti, confirmou a demissão de Elizabeth Astete e disse a uma estação televisiva local que os peruanos deviam sentir-se “revoltados e zangados com esta situação que põe em causa o enorme esforço de muitos peruanos que estão a trabalhar na linha da frente contra a Covid-19”.
O escândalo eclodiu na quinta-feira quando o antigo presidente, Martín Vizcarra, que deixou o cargo em novembro devido a suspeitas de corrupção, afirmou a um jornal que ele e a sua esposa foram inoculados secretamente com a vacina da Sinopharm no mês de outubro.
Na sexta-feira, a ministra da Saúde apresentou a demissão do cargo depois dos deputados peruanos terem-na acusado de esconder a informação sobre a vacinação indevida.
O presidente Sagasti revelou posteriormente no Twitter que durante a administração de Vizcarra o país recebeu duas mil doses de vacinas extra da Sinopharm e que “alguns responsáveis governamentais foram vacinados”.
Este domingo, o novo ministro da Saúde peruano, Óscar Ugarte, referiu que Sagasti exigiu a demissão de todos os responsáveis governamentais que tivessem sido imunizados secretamente com a vacina contra a Covid-19. Ugarte acrescentou ainda que foi aberta uma investigação relativamente a este escândalo.
O Peru comprou um milhão de doses da vacina da Sinopharm em janeiro. A vacinação no país tem gerado controvérsia e gerou protestos de médicos e enfermeiros, que não foram incluídos na primeira lista de pessoas a serem inoculadas com a vacina.
Isto apesar da sua importância na linha da frente do combate à Covid-19 e do facto da doença já ter provocado a morte a 306 médicos e a 125 enfermeiros no Peru.
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