Avijit Roy, nascido nos Estados Unidos, mas com dupla nacionalidade, foi espancado até à morte nas ruas de Daca quando passeava com a mulher próximo de um local onde decorria uma feira do livro. A mulher, também 'blogger' ficou ferida e vive atualmente nos Estados Unidos.
O juiz Majibur Rahman, do Tribunal Especial Antiterrorismo do Bangladesh, pronunciou os veredictos num tribunal lotado na presença de quatro dos seis réus.
Os restantes dois, incluindo um oficial do exército, Sayed Ziaul Haque Zia, entretanto demitido, permanecem foragidos, apesar de o juiz ter emitido mandados de prisão.
O veredicto de hoje foi proferido no mesmo tribunal que, há uma semana, condenou oito militantes islâmicos à morte pelo assassínio, igualmente em 2015, de uma editora de livros sobre secularismo e ateísmo.
Para o caso de Roy, a acusação enviou ao tribunal, como provas, imagens de câmaras de segurança em circuito fechado do assassínio, depoimentos em vídeo dos réus, em que confessam o crime, e cópias de mensagens de texto telefónicas.
No julgamento, Rahman disse que o Ministério Público conseguiu provar as acusações contra todos os seis réus "para além da dúvida razoável".
Para oBangladesh, 2015 foi um ano difícil, pois vários membros de grupos radicais são considerados suspeitos de uma série de ataques que mataram vários ateus, blogueiros e estrangeiros.
Um ataque à bomba em Daca, em 24 de outubro de 2015, dirigido a uma minoria xiita, matou um adolescente e feriu mais de 100 pessoas, por exemplo.
As autoridades bengalis afirmaram terem desativado o grupo numa repressão maciça após um ataque em 2016 a um café em Daca, em que morreram 22 pessoas, 17 delas estrangeiras, bem como cinco dos agressores.
Desde o ataque de 2016, cerca de 100 membros suspeitos de grupos radicais, como o Ansar al Islam e o Jumatul Mujahedeen Bangladesh, foram mortos em operações da polícia em todo o país.
Entre os suspeitos, segundo as autoridades de Daca, figuram alguns dos principais comandantes.
O grupo Estado Islâmico reivindicou o ataque ao café em Daca, bem como várias outras ações, mas o Governo bengali argumenta que os ataques foram perpetrados por grupos radicais locais, insisti do que o EI não está presente no Bangladesh.
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