A partida do chefe de Governo, com 45 anos, é o último sobressalto na crise que abala o país do Cáucaso desde as legislativas de outubro, assinalada por fraudes segundo a oposição, que desde essa data boicota o parlamento.
"Tomei a decisão de abandonar as minhas funções", declarou Gakharia, uma decisão surpresa motivada pela decisão na quarta-feira de um tribunal georgiano que ordenou prisão preventiva para Nika Melia, dirigente do Movimento Nacional Unido (MNU, centro-direita), o partido do ex-Presidente do exílio Mikheil Saakachvili.
"É inadmissível aplicar uma decisão judicial (...) se ela representar um risco para a saúde e a vida dos nossos cidadãos e motive a possibilidade de uma escalada política no país", disse.
Nika Melia é acusado de ter organizado "violências de massas" durante as grandes manifestações que decorreram no país em 2019 durante uma semana, e arrisca nove anos de prisão. Já denunciou as "repressões dirigidas à oposição".
Os seus apoiantes advertiram que oporiam uma resistência à polícia, caso tentasse prender o indiciado.
O Sonho Georgiano, partido no poder, anunciou por sua vez a nomeação do ministro da Defesa e antigo primeiro-ministro Irakli Garibachvili, 38 anos, para suceder a Gakharia.
Mica Melia definiu esta designação de "cómica", ao considerar que "o Sonho Georgiano acabou e estão iminentes eleições antecipadas".
"O poder vai mudar na Geórgia de forma pacífica e muito proximamente", declarou.
A oposição exige legislativas antecipadas desde as contestadas eleições de outubro, que o Sonho Georgiano, um partido fundado pelo ex-primeiro-ministro Bidzina Ivanichvili, o homem mais rico do país, venceu por curta margem.
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