Segundo os cientistas Wayne Koff e Seth Berkley, os progressos alcançados no desenvolvimento de vacinas para a covid-19 têm "o potencial para acelerar bastante a identificação de antígenos-alvo comuns aos coronavírus", usando-os no desenvolvimento de uma nova vacina, resistente aos vírus desta família existentes e possíveis mutações.
Apoiar a pesquisa neste sentido "deve ser um esforço mundial", apelam os epidemiologistas, apontando que os custos da pandemia atual - entre 8.000 milhões e 16.000 milhões de dólares (6,6 mil milhões e 13,2 mil milhões de euros) - são cerca de "500 vezes superiores" aos de desenvolver uma vacina transversal.
Os epidemiologistas alertam que "existem milhares" de coronavírus "capazes de infetar um grande número de animais" e que se podem transmitir a humanos.
"Há uma possibilidade crescente de que outros coronavírus saltem de uma espécie para outra", nomeadamente devido à ocupação por humanos de habitats antes selvagens, onde os animais estavam "anteriomente isolados", e também à maior mobilidade das pessoas, que facilita a propagação, referem.
Antes do vírus SARS-CoV-2, que causa a covid-19, outros vírus da mesma família causaram epidemias, nas últimas décadas, nomeadamente a SARS (2002) e o MERS-CoV (2012).
Embora já existam diversas vacinas para o SARS-CoV-2, desenvolvidas em tempo recorde, já foram também detetadas mutações do mesmo, incluindo pelo menos uma, a sul-africana, que dados preliminares indicam retirar eficácia às vacinas desenvolvidas no último ano.
Para Wayne Koff e Seth Berkley, "a criação de ferramentas para prevenir a próxima pandemia de coronavírus está ao nosso alcance e deve ser vista como uma prioridade de saúde global".