Na sua intervenção, por videoconferência, na Conferência de Segurança de Munique, a presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, começou por saudar o "regresso" dos Estados Unidos, no dia 'estreia' de Biden em cimeiras internacionais como Presidente.
"Recordo-me vivamente de, há dois anos, Joe Biden ter prometido na Conferência de Segurança de Munique: «estaremos de volta». E, na realidade, acabámos de o ver e ouvir: os EUA estão de volta. E, como acabámos de ouvir, mais comprometidos globalmente do que nunca", comentou.
Von der Leyen observou que este novo compromisso dos Estados Unidos "não poderia chegar em melhor altura", face aos desafios que o mundo enfrenta, apontando em concreto o combate às alterações climáticas e o mundo digital e o seu impacto nas democracias.
"O assalto ao Capitólio dos Estados Unidos foi um ponto de viragem para a nossa discussão sobre o impacto que as redes sociais têm nas nossas democracias. É isto que acontece quando as palavras incitam à ação. Num mundo onde as opiniões polarizantes são as que mais provavelmente serão escutadas, é apenas um pequeno passo desde as teorias da conspiração grosseiras até à morte de agentes da polícia", disse.
Von der Leyen apontou que a Comissão adotou, em dezembro passado, propostas de lei para os Serviços Digitais e Mercados Digitais, considerando que impor limites democráticos ao "poder sem controlo" das grandes empresas tecnológicas não irá, por si só, travar a violência política, mas é, ainda assim, "um passo importante".
"Hoje, quero convidar os nossos amigos norte-americanos a juntarem-se às nossas iniciativas. Juntos, poderíamos criar um livro de regras para a economia digital que seja válido em todo o mundo. Um conjunto de regras baseadas nos nossos valores: direitos humanos e pluralismo, inclusão e proteção da privacidade. Precisamos de unir forças e proteger estes valores com toda a nossa energia", defendeu a presidente da Comissão Europeia.
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