EUA mantêm oferta de diálogo com Irão para retomar pacto nuclear de 2015

A oferta dos Estados Unidos de diálogo com o Irão para restabelecer o pacto nuclear de 2015 "ainda está de pé", aguardando resposta de Teerão, avançou hoje Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional do presidente norte-americano Joe Biden.

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Lusa
21/02/2021 20:32 ‧ 21/02/2021 por Lusa

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Jake Sullivan disse que Biden está, em primeiro lugar, "determinado a impedir que o Irão consiga uma arma nuclear", mas ao mesmo tempo considera que "uma diplomacia firme e clara é a melhor maneira de o fazer".

"E para isso está disposto a sentar-se à mesa para conversar com os iranianos sobre como podemos voltar a impor restrições estritas ao seu programa nuclear. Essa oferta continua de pé, porque acreditamos que a diplomacia é a melhor maneira de o fazer", declarou o conselheiro de segurança nacional do presidente do Estados Unidos, no programa "Face the Nation" da CBS News.

Jake Sullivan referiu que "o Irão ainda não respondeu, mas o que aconteceu como resultado é que o guião foi invertido".

"Agora é o Irão que está diplomaticamente isolado, não os Estados Unidos. E a bola está do seu lado", acrescentou o conselheiro.

A União Europeia, que coordena o Plano de Ação Abrangente Comum (JCPOA), quer convidar os Estados Unidos para uma reunião informal com o Irão e os demais signatários do acordo (Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha), para discutir um roteiro.

"Estamos a rever a proposta e a consultar outros parceiros, China e Rússia, mas acreditamos que o regresso dos Estados Unidos ao JCPOA e o levantamento das sanções não requerem negociações", disse o vice-chanceler iraniano e negociador nuclear, Abás Araqchí.

O JCPOA foi assinado em 2015, entre o Irão e seis grandes potências (China, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha), para limitar o programa atómico iraniano em troca de isenção de sanções internacionais.

O acordo ficou muito fragilizado desde que Donald Trump retirou Washington em 2018 antes de restabelecer sanções económicas.

Em resposta, Teerão foi gradualmente abandonando a maioria dos compromissos assumidos no acordo e planeou limitar as inspeções internacionais de locais mais sensíveis relacionados à energia nuclear.

De acordo com o conselheiro Sullivan, Washington pretende comunicar "diretamente" com o Irão sobre a detenção de cidadãos norte-americanos naquele país, classificando a situação como uma "indignação absoluta e total" e uma "catástrofe humanitária".

"Começamos a comunicar com os iranianos sobre esta questão", informou o conselheiro, prevendo que o Irão continuará a fazê-lo à medida que avançarem, mas admitindo que a mensagem será de que não aceitará "uma proposta de longo prazo".

"Será uma prioridade importante desta administração conseguir que os cidadãos americanos voltem para casa sãos e salvos", afirmou Sullivan.

Na sexta-feira, a Rússia considerou positivos os primeiros gestos do novo Governo norte-americano em relação ao Irão e ao relançamento do acordo nuclear de 2015, do qual os Estados Unidos se haviam retirado por iniciativa de Donald Trump.

Leia Também: EUA aproximam-se das 500 mil mortes por Covid-19

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