Em relação aos atrasos na entrega de vacinas por parte da Pfizer e da AstraZeneca, Augusto Santos Silva garantiu, esta quarta-feira, que o "objetivo não está comprometido, o timing é ajustado, quer para efeitos aplicação interna, quer de cooperação internacional".
Numa conferência conjunta com Marta Temido, o ministro dos Negócios Estrangeiros assegurou que estes atrasos não comprometem a cooperação bilateral. "A recalendarização no plano interno obriga à recalendarização na cooperação. A nossa estimativa é iniciar o processo de distribuição de 5% das vacinas que afetámos a fins de cooperação bilateral o mais cedo possível ao longo do próximo semestre", indicou.
Destacando a importância da solidariedade no plano internacional, o governante enfatizou que não é por "haver dificuldades temporárias ultrapassáveis de distribuição de vacinas segundo o timing contratualizado" que Portugal deixa de cooperar. Neste caso, "dizemos que essa é uma dificuldade adicional e transitória que gerimos, quer no quadro de aplicação interna, quer no quadro da sua disponibilização internacional".
Na terça-feira, saliente-se, citando declarações de uma fonte da UE à agência Reuters, o jornal Público divulgou que do total de vacinas da AstraZeneca contratualizadas com a União Europeia para o segundo quadrimestre deste ano, apenas metade devem chegar aos países.
Entretanto, a gigante farmacêutica AstraZeneca anunciou que poderá fabricar na União Europeia apenas metade das doses que deve fornecer à UE no segundo semestre do ano e que produziria o restante das doses prometidas aos europeus em outros lugares.
A entrega de 5% das vacinas aos Países Africanos de Língua Portuguesa (PALOP) e para Timor foi revela pela ministra da Saúde durante a sessão de apresentação de resultados intercalares e das próximas etapas da implementação do Plano de Ação na Resposta Sanitária à Pandemia COVID-19, entre Portugal e os Países Africanos de Língua Portuguesa (PALOP) e Timor-Leste.
"O futuro hoje em 2021 é repleto de incertezas, interrogações que não conseguimos responder por completo". Mas juntos "estaremos melhor preparados para enfrentar os desafios e este plano de ação é um exemplo paradigmático da nossa capacidade de trabalhar com base em princípios", destacou a ministra.
De salientar que ontem o primeiro-ministro já tinha indicado que Portugal tencionava "redirecionar" 5% das vacinas para PALOP e Timor-Leste.
Leia Também: Portugal tenciona "redirecionar" 5% das vacinas para PALOP e Timor-Leste