A maioria dos deputados holandeses votou a favor de uma moção proposta pelo grupo progressista D66, que inclui a Esquerda Verde GroenLinks, os Social-democratas PvdA, o Partido dos Animais PvdD, além de dois partidos dos quatro que compõem a coligação que governa o país.
"Estes são abusos terríveis, cometidos contra a minoria uigur muçulmana, não devemos poupar nas palavras, devemos designá-los como genocídio", afirmou Sjoerd Sjoerdsma (D66), que promoveu a moção.
Organizações não governamentais de defesa dos direitos humanos alegaram que mais de um milhão de uigures estão detidos em campos de reeducação política. Pequim negou e afirmou tratarem-se de centros de treino vocacional, destinados a distanciar os uigures do terrorismo e do separatismo.
O Parlamento Europeu condenou os abusos, mas o maior crítico de Pequim na comunidade internacional continua a ser a Turquia, um país que partilha laços históricos e culturais com os uigures.
O ministro dos Negócios Estrangeiros holandês, Stef Blok, do executivo cessante nos Países Baixos, preferiu não usar a palavra "genocídio" contra a China, embora tenha reconhecido a existência de violações em grande escala dos direitos humanos, como a esterilização forçada de mulheres uigures.
Blok optou por esperar a decisão da ONU ou do Tribunal Penal Internacional (TPI) sobre a situação na província de Xinjiang (noroeste).
Na Europa, também França, Suécia ou Reino Unido estão a debater medidas semelhantes às do Parlamento holandês, embora não seja claro qual o efeito que a moção agora aprovada possa ter nas relações sino-holandesas.
O Parlamento do Canadá aprovou na segunda-feira, com a ausência do primeiro-ministro, Justin Trudeau, e de vários membros do Governo, uma moção do Partido Conservador a considerar as ações da China em Xinjiang "correspondem à definição de genocídio", estipulado na Convenção das Nações Unidas.
O termo genocídio foi usado inicialmente pela anterior administração norte-americana, incluindo pelo então secretário de Estado Mike Pompeo.
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