Covid-19: Irão começou hoje ensaios clínicos da segunda vacina

O Irão começou hoje os ensaios clínicos da vacina contra a covid-19 de fabrico local Razi Cov Pars, a segunda a ser testada na população do país.

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Lusa
28/02/2021 13:28 ‧ 28/02/2021 por Lusa

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Covid-19

O início do ensaio clínico ocorreu no Hospital Rasoul Akram, em Teerão, com a primeira dose a ser ministrada a dois voluntários, numa cerimónia que foi transmitido em direto por videoconferência para a comunicação social.

Desenvolvido pelo Instituto de Investigação de Vacinas Razi, esta nova vacina contra a covid-19 consiste em duas injeções intramusculares e uma administração intranasal inalada e emprega novas versões de combinação da proteína spike.

O vice-presidente para a área da investigação e tecnologia do Instituto Razi, Mohamad Hosein Falah, explicou à agência espanhola Efe que a vacina será, em primeiro lugar, administrada a 13 voluntários, que vão ficar em observação durante 24 horas num hotel e, depois, durante uma semana em vigilância para "verificar se não sofrem complicações ou efeitos colaterais".

Depois deste processo, a vacina vai ser testada em quatro grupos compostos por 30 pessoas com idades entre os 18 e os 55 anos para completar a primeira fase de testes, na qual participam um total de 133 voluntários.

O mesmo responsável afirmou que, entre as duas doses injetadas, que criam imunidade, devem decorrer 21 dias, enquanto a inalação ocorre 35 dias após a primeira dose.

"A novidade de Razi é a inalação", disse Mohamad Hosein Falah, justificando com o facto da transmissão da covid-19 ser respiratória e este método poder ajudar que a via de transmissão chegue a um mínimo da reprodução do vírus.

O vice-presidente para a área da investigação e tecnologia do Instituto Razi afirmou que espera realizar as três fases dos ensaios clínicos em seis meses e destacou que as vacinas que utilizam este tipo de nova tecnologia de combinação de proteínas apresentam um elevado grau de segurança.

Um dos dois voluntários que recebeu hoje a primeira dose, Amir Hosein Amanpur, de 23 anos, disse à Efe que "sempre" quis participar neste ensaio para o desenvolvimento de uma vacina contra a covid-19.

"Depois de ser testado com sucesso em animais, não tive medo de receber a vacina", sustentou.

O Irão tem vindo a apostar no desenvolvimento das suas vacinas contra a covid-19 e, além desta que está a ser ensaiada pelo Instituto de Investigação de Vacinas Razi Razi, existe uma outra, a Cov Iran Barekat, que já concluiu a primeira fase de testes clínicos.

Entretanto e até que estas vacinas estejam prontas, o Irão iniciou a campanha de vacinação com a russa Sputnik V, do qual já importou dois lotes, e também usará a chinesa Sinopharm, cuja primeira remessa de 250 mil doses chegou hoje ao país.

Segundo o Ministério da Saúde, nas últimas 24 horas ocorreram 93 mortos e 8.010 novas infeções no Irão, totalizando 60.073 óbitos e 1.631.169 casos de covid-19 desde o início da pandemia.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.526.075 mortos no mundo, resultantes de mais de 113,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Leia Também: AO MINUTO: UE deve mudar vacinação; Portugal teve reação "francamente má"

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