Em conferência de imprensa, a presidente do Sinjotecs, Indira Correia Baldé, leu uma nota de repúdio às declarações de Umaro Sissoco Embaló que, no seu balanço de um ano de mandato à imprensa guineense, colocou em causa a competência de alguns jornalistas do país.
O chefe de Estado questionou mesmo a formação académica e qualificação profissional de dois jornalistas guineenses que fizeram a moderação do último debate que realizou com o seu adversário na segunda volta das eleições presidenciais de 2019.
A presidente do Sinjotecs exigiu "o máximo respeito e consideração para com os jornalistas Fátima Tchuma Camara e João Umpa Mendes" e ainda recordou ao Presidente que "o seu papel é de garantir a unidade nacional e não de dividir a classe para reinar".
Também no âmbito do balanço de um ano de presidência, Sissoco Embaló ameaçou mandar encerrar as rádios que não tenham licença definitiva de funcionamento, dando um prazo de 30 dias.
"Alertar ao senhor Presidente da República que não é sua missão atribuir ou retirar licença de funcionamento aos órgãos de comunicação social, mas sim ajudar à promoção do livre exercício jornalístico no país", defendeu Indira Correia Baldé.
A presidente do Sinjotecs afirmou ainda que Umaro Sissoco Embaló deve lembrar-se que a Guiné-Bissau "é um país democrático, em que as liberdades de imprensa e de expressão constituem pilares essenciais".
"Relembrar ao Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, que os jornalistas não são seus adversários políticos", sublinhou Indira Correia Baldé, dando conta da nota de repúdio a várias instâncias internacionais, nomeadamente Federação Internacional de Jornalistas, Fórum dos Jornalistas de Língua Portuguesa e Federação Africana dos Jornalistas.
Leia Também: Guiné-Bissau regista mais 15 novos casos