López Obrador classifica reunião com Biden como amigável e positiva

O presidente do México disse hoje que não teve diferenças na primeira reunião bilateral, realizada na segunda-feira, com o homólogo norte-americano, o qual disse estar disposto a explorar propostas sobre trabalho temporário e vacinas contra a Covid-19.

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Lusa
02/03/2021 16:44 ‧ 02/03/2021 por Lusa

Mundo

Andres Manuel López Obrador

Andrés Manuel Lopez Obrador caracterizou o encontro com Joe Biden como "amigável, respeitoso e com muita ênfase na cooperação para o desenvolvimento", apesar de ainda não haver acordo para os Estados Unidos ajudarem o México a obter mais vacinas contra o novo coronavírus, mas que essa possibilidade não foi recusada.

"Equipas dos dois países vão explorar todas as possibilidades para cooperação nessa área" para ver "o que é possível e quando", afirmou Lopez Obrador.

Antes da reunião, funcionários da Casa Branca tinham reiterado que Joe Biden está apostado em vacinar primeiro cidadãos norte-americanos antes de ajudar outras nações.

Nas declarações que fez hoje, Lopez Obrador reconheceu que Biden pode ter que vacinar primeiro a maior parte da população norte-americana, mas disse que houve abertura no assunto.

Antes da reunião, pairavam algumas questões sobre como se relacionariam os dois líderes, já que Lopez Obrador tinha um relacionamento mais próximo com o ex-Presidente norte-americano Donald Trump, que girava quase exclusivamente em torno dos esforços do México para impedir que migrantes chegassem à fronteira com os EUA.

Porém, Lopez Obrador afirmou hoje que houve muitas gargalhadas na conversa de uma hora e 15 minutos com Joe Biden e na qual abordaram quase todos os principais assuntos do relacionamento bilateral.

"Não houve nenhuma diferença, estou a dizê-lo categoricamente. Nem sequer uma única", vincou.

Sobre a imigração, Lopez Obrador disse ter proposto que os EUA analisassem quantos trabalhadores a sua economia exige e depois elaborassem um plano de vistos temporários que permitiria aos mexicanos e centro-americanos migrar de forma legal para trabalhar.

"E [isso] vai ser estudado", salientou.

Antes da reunião, Lopez Obrador tinha proposto uma quota anual de 600.000 a 800.000 trabalhadores mexicanos e centro-americanos.

Esse plano poderia seguir o modelo de um outro anterior, usado durante a II Guerra Mundial, o qual permitia aos mexicanos trabalharem temporariamente nos EUA para preencher a escassez de mão-de-obra e durante algumas décadas após o conflito.

Biden e Lopez Obrador enfatizaram a importância de desenvolver o norte da América Central e o sul do México para lidar com a necessidade de se emigrar, com o Presidente mexicano a referir que o homólogo norte-americano repetiu uma proposta de destinar 4.000 milhões de dólares para esse fim naquelas regiões.

"Reconhecemos que é uma boa medida ter tomado esta decisão", opinou Lopez Obrador.

As declarações de Lopez Obrador seguem-se às da Administração norte-americana, que reagiu na noite de terça-feira após a reunião.

O Presidente norte-americano prometeu que a sua Administração irá manter uma relação "entre iguais" com o vizinho reconhecendo que ambos os países "não têm sido vizinhos perfeitos".

"Estados Unidos e México são mais fortes quando estão juntos. Estamos mais seguros quando trabalhamos juntos, seja em lidar com os desafios da nossa fronteira comum ou controlar esta pandemia", disse Biden.

"Vocês são nossos iguais e o que fazem, o sucesso que têm, tem um impacto enorme no que acontece no resto do continente", adiantou, durante a abertura da reunião, aberta à comunicação social.

Leia Também: Biden comunica a Obrador melhorias no reagrupamento de imigrantes

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