A Grécia, país que impôs um confinamento à população desde 07 de novembro de 2020, registou hoje a maior taxa diária de infeções, ao somar cerca de 2.700 novos casos da doença covid-19, segundo afirmou o ministro da Saúde helénico, Vassilis Kikilias.
"Estamos a atravessar o período mais difícil desta pandemia", disse o ministro, destacando que os hospitais públicos gregos, em particular na capital Atenas, têm estado sob uma "pressão insuportável" durante semanas.
"Ao ritmo a que estão a ocorrer as novas hospitalizações, o sistema público de saúde está a ultrapassar os seus limites em termos de infraestruturas e de pessoal", prosseguiu Vassilis Kikilias, apontando para um "aumento significativo" dos contágios associados à denominada variante inglesa do SARS-Cov-2 (detetada pela primeira vez em setembro de 2020 no sudeste de Inglaterra), que é identificada como mais contagiosa.
Perante esta situação, e com o intuito de conseguir a disponibilidade de centenas de camas nas unidades hospitalares públicas para doentes covid, um hospital militar e dois hospitais privados de Atenas vão acolher em breve doentes não-covid.
A par do confinamento, que já foi prorrogado várias vezes ao longo dos últimos quatro meses (a última vez no passado dia 26 de fevereiro e até 08 de março), o executivo helénico decidiu reforçar as medidas restritivas já a partir de quinta-feira.
Por exemplo, as pessoas só poderão fazer compras ou fazer desporto dentro do respetivo município e num raio máximo de dois quilómetros a partir do respetivo domicílio.
"Estas medidas visam reduzir a mobilidade (...) ficamos em casa, nos nossos bairros", disse o vice-ministro da Proteção Civil grego, Nikos Hardalias.
Também está previsto, entre outras medidas, um recolher obrigatório durante os fins de semana, a suspensão de casamentos e de batizados e um reforço das ações de fiscalização em locais de trabalho.
Desde o início da crise sanitária, a Grécia registou cerca de 6.600 óbitos (40 mortes nas últimas 24 horas) entre os cerca de 200.000 casos de infeção diagnosticados no país.
Atualmente, mais de 430 doentes com covid-19 estão internados em unidades de cuidados intensivos (UCI).
Com uma população na ordem dos 10,7 milhões de habitantes, o país informou que mais de 950.000 pessoas já foram vacinadas até à data contra a doença covid-19.
A pandemia da doença covid-19 provocou pelo menos 2.549.910 mortos no mundo, resultantes de mais de 114,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus (SARS-Cov-2) detetado em dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.