África do Sul com excesso de mortes muito superior às vítimas da Covid
A África do Sul registou 145.000 mortes naturais adicionais nos últimos dez meses, segundo um relatório médico sul-africano, sugerindo que o número de mortos no país devido à covid-19 pode ser muito superior ao número oficial.
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Mundo Covid-19
Até à data, o Ministério da Saúde sul-africano registou mais de 1,5 milhões de casos de covid-19, incluindo mais de 50.000 mortes no país africano oficialmente mais atingido pelo coronavírus SARS-CoV-2 e que conduziu uma extensa campanha de testes na primeira vaga da pandemia.
Segundo dados compilados pelo Conselho de Pesquisa Médica da África do Sul (SAMRC, na sigla inglesa), houve mais de 145.000 mortes naturais adicionais desde maio de 2020 e o final de fevereiro, refere hoje a agência France-Presse (AFP).
O grupo de investigação independente e com financiamento público não especifica as causas destas mortes naturais adicionais, mas estima que entre 85% e 95% das mesmas podem ser atribuídas ao novo coronavírus, responsável pela covid-19.
A África do Sul representa, de acordo com os dados oficiais, representa 38,6% dos casos registados pelo Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC).
De acordo com o balanço mais recente, o número total de infetados nos 55 Estados-membros da organização é de 3.924.755 e o de mortos é de 104.672 desde o início da pandemia.
No domingo, o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, assinalou que o país está "claramente fora da segunda vaga", destacando a queda acentuada do número de novas infeções desde o pico registado no início de janeiro.
A campanha de vacinação, ainda lenta, só começou em fevereiro, e os cientistas locais temem a chegada da terceira vaga com a aproximação do inverno, entre maio e junho.
Em fevereiro, a maior empresa privada de seguros médicos sul-africana, Discovery, estimou que metade da população sul-africana poderia ter sido infetada com o SARS-CoV-2.
O responsável pelo departamento de estatísticas da Discovery, Emile Steep, assinalou que a mortalidade relacionada com a covid-19 é de cerca de 0,4% na África do Sul e que, assumindo que 120.000 pessoas morreram devido à doença, tal significaria que mais de 30 milhões de pessoas terão sido contaminadas. De acordo com os cálculos de Steep, isto significaria cerca de metade da população de 59 milhões de pessoas.
A estimativa da Discovery é consistente com um estudo de anticorpos, que revela que entre 32% e 63% dos sul-africanos contraíram o vírus desde o início da pandemia.
A presença de anticorpos no sangue torna possível detetar se uma pessoa foi infetada com um vírus, mesmo após a recuperação.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.560.789 mortos no mundo, resultantes de mais de 115,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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