Os quatro ativistas fazem parte de um grupo de 47 pessoas acusadas de "subversão", segundo a lei de segurança nacional imposta em junho de 2020 por Pequim sem ser debatida no parlamento de Hong Kong, e do qual fazem parte ex-deputados, académicos, advogados, assistentes sociais e jovens militantes.
Na quinta-feira, no final de quatro dias de audiências, um juiz decidiu manter 32 dos ativistas detidos e libertar, sob fiança, os restantes 15 que, no entanto, regressaram à prisão na sequência do recurso imediatamente interposto pela acusação.
Hoje, o Ministério Público retirou o recurso em relação aos acusados ??Clarisse Yeung, Mike Lam, Hendrick Lui e Lawrence Lau.
Poucas horas depois de os quatro terem deixado o tribunal, foram recebidos por apoiantes que gritavam não existirem desordeiros, "apenas tirania!".
"Estou cansada, quero ir para casa, ver a minha família e os meus gatos", disse Clarisse Yeung, de 34 anos, que teve de ser levada ao hospital quando perdeu a consciência durante uma das intermináveis sessões judiciais.
Os 47 ativistas estão a ser processados no âmbito da realização, em julho, das primárias pró-democracia, em que mais de 600 mil pessoas votaram desafiaram a lei de segurança e decidiram escolher os candidatos para as eleições de setembro do Conselho Legislativo da região, entretanto adiadas por um ano devido à pandemia de covid-19.
A China considerou essas primárias como uma "provocação séria" e alertou que a situação podia ser vista como uma subversão. A maioria dos candidatos foi posteriormente desqualificada pelas autoridades.
A subversão é, juntamente com a secessão, o terrorismo e a conivência com forças estrangeiras, um dos quatro crimes visados pela nova lei, que prevê penas até prisão perpétua.
Leia Também: Hong Kong: Macau apoia Pequim para exclusão de não patriotas nas eleições