Movimento exige ao Governo que "não poupe meios" na ajuda às vitimas

A recém-criada plataforma de cidadãos "Guiné Equatorial Também é Nossa" (GE Nuestra, em espanhol) exigiu hoje ao Governo que "não poupe meios para ajudar as vítimas" das explosões na cidade de Bata, defendendo rapidez e transparência na informação.

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Lusa
07/03/2021 22:33 ‧ 07/03/2021 por Lusa

Mundo

Guiné Equatorial

"A GE Nuestra exige que as autoridades sejam tão transparentes e pontuais quanto possível na informação sobre as causas destas explosões. Da mesma forma, dada a gravidade dos factos, exige que o Governo não poupe meios para ajudar as vítimas", defendeu a plataforma, num comunicado enviado à agência Lusa.

Várias explosões registaram-se hoje no quartel militar Nkuantoma, um bairro residencial de Bata, maior cidade e capital económica da Guiné Equatorial, causando mais de 500 feridos e um número indeterminado de mortos.

O chefe de Estado, Teodoro Obiang, falou em pelo menos 15 mortos, os serviços do Ministério da Saúde referiram 17 e a televisão pública TVGE aponta 20 pessoas mortas em consequência das explosões, que foram consideradas acidentais.

A plataforma GE Nuestra advogou a mobilização de todo o pessoal de saúde e que seja pedida ajuda internacional de emergência "dada a fraca capacidade do sistema de saúde para lidar" com tão grande número de feridos.

A organização propõe ainda a transferência de vítimas para os países vizinhos, a gratuidade de todos os serviços de saúde, o acolhimento urgente e gratuito em hotéis para as pessoas que ficaram sem casas e a mobilização de cadeias de supermercados para oferecer bens de primeira necessidade aos doentes e pessoal médico.

Pedem ainda que sejam disponibilizadas comunicações telefónicas e Internet gratuitas à população de Bata durante pelo menos uma semana para facilitar os contactos com familiares, entre outras medidas.

Na mesma nota, a organização expressa "profunda solidariedade" e apresenta "condolências às famílias das vítimas", desejando "rápida recuperação para os feridos".

"A Guiné Equatorial é também nossa e estaremos atentos aos acontecimentos, porque somos todos Bata", frisou a plataforma.

O Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, disse que as explosões foram um acidente causado por negligência.

Num comunicado oficial, lido na televisão pública TVGE, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, disse que a cidade de Bata foi "vítima de um acidente causado por negligência e descuido da unidade responsável pela guarda e proteção dos depósitos de dinamite e explosivos anexos ao quartel militar de Nkuantoma".

De acordo com a nota, foram queimadas em terrenos das proximidades que alastraram aos paióis e causaram as explosões, mas Teodoro Obiang informou ter ordenado a abertura de uma investigação exaustiva às causas do acidente.

Teodoro Obiang apresentou condolências aos familiares das vítimas, desejou as melhoras aos feridos e apelou para o apoio da comunidade internacional, acrescentando que o acidente acontece numa altura em que o país atravessa uma crise económica provocada pela quebra dos preços do petróleo e uma crise sanitária resultante da pandemia de covid-19.

Com o objetivo de fazer o mesmo apelo, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Simeon Oyono Esono Angue, reuniu-se hoje com o corpo diplomático acreditado em Malabo para pedir a ajuda dos parceiros internacionais.

Governada há mais de 40 anos por Teodoro Obiang, a Guiné Equatorial, um país rico em recursos, mas com largas franjas da população abaixo do limiar da pobreza, integra a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) desde 2014.

A recém-criada plataforma GE Nuestra junta líderes da sociedade civil, defensores dos direitos humanos, ativistas e profissionais na Guiné Equatorial e no estrangeiro com o objetivo de estabelecer um Estado democrático e de direito na Guiné Equatorial.

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