Covid-19. Mais 987 mortos e 32.321 casos no Brasil nas últimas 24 horas

O Brasil somou 987 mortos e 32.321 casos de covid-19 nas últimas 24 horas, totalizando 266.398 óbitos e 11.051.665 infeções desde o início da pandemia, informou hoje o Ministério da Saúde brasileiro.

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Lusa
08/03/2021 22:20 ‧ 08/03/2021 por Lusa

Mundo

Covid-19

Neste momento, a taxa de incidência da doença em território brasileiro é de 127 mortes e 5.259 casos por 100 mil habitantes, de acordo com o último boletim epidemiológico das autoridades de Saúde.

Os números contabilizados hoje ficaram bem abaixo da média da semana anterior, quando foram batidos novos recordes de mortes e infeções. Contudo, o próprio Ministério da Saúde já explicou que essa diminuição é fruto de uma carência de recursos humanos ao fim de semana para testar e recolher os dados, sendo que estes acabam por ser consolidados às terças-feiras.

Das 27 unidades federativas do Brasil, as que concentram maior número de diagnósticos de infeção são São Paulo (2.117.962), Minas Gerais (924.572), Paraná (727.823) e Bahia (715.418).

São Paulo (61.584), Rio de Janeiro (33.729), Minas Gerais (19.548) e Rio Grande do Sul (13.562) são, por sua vez, os Estados que registam mais vítimas mortais devido à doença causada pelo novo coronavírus.

O total de recuperações no Brasil, um dos países mais afetados pela covid-19 no mundo e que enfrenta agora o seu pior momento da pandemia, aproxima-se dos 9,8 milhões de casos, enquanto que 1.002.947 pacientes infetados estão sob acompanhamento médico.

Apesar de o país sul-americano, com cerca de 212 milhões de habitantes, estar a enfrentar um novo pico da pandemia, o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, recusou hoje decretar um 'lockdown' a nível nacional, frisando que não usará o seu Exército para "obrigar o povo a ficar em casa", naquele que é o pior momento da pandemia no país.

"Alguns querem que eu decrete 'lockdown'. Não vou decretar. E podem ter certeza de uma coisa: o meu Exército não vai para a rua para obrigar o povo a ficar em casa. O meu Exército, que é o Exército de vocês. Fiquem tranquilos no que toca a isso. Agora, vamos ver até onde o Brasil aguenta esse estado. Eu quero paz, tranquilidade, democracia, respeito às instituições. Mas alguns estão se excedendo", disse hoje Bolsonaro a apoiantes, em Brasília, citado pela imprensa local.

Bolsonaro, um dos chefes de Estado mais negacionistas em relação à gravidade da covid-19 e que desde o início da pandemia se tem posicionado contra as medidas de isolamento social, voltou hoje a defender que a população brasileira saia à rua, num momento de recordes diários de mortes e novos casos de infeção.

O Brasil atravessa um momento de forte agravamento da pandemia, em parte atribuída a uma estirpe mais agressiva do vírus, detetada no Amazonas, mas também ao comportamento da população e à falta de medidas unificadas no país.

Nesse sentido, e na contramão do que defende Bolsonaro, o investigador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Amazónia Felipe Naveca, que sequenciou a nova estirpe detetada no Brasil, frisou que o Brasil "não pode atrasar demais a adoção de medidas" restritivas a nível nacional.

"Não fizemos, em nenhum momento, um 'lockdown mesmo', para valer, em nenhuma região do país. Então é isso: quanto mais casos você tem, mais mutações, e maior a possibilidade de surgir uma variante do vírus. E foi o que aconteceu em Inglaterra, onde o surgimento dessa variante se deu logo após as férias de verão, quando houve uma queda no distanciamento", disse o especialista,

"Não podemos atrasar demais a adoção dessas medidas, lembrando que a nossa vacinação ainda está muito no início, e quanto mais tempo demorar, mais pessoas infetadas teremos, e vai ser cada vez mais difícil contornar a situação", salientou o investigador da Fiocruz, instituição científica de referência na América Latina.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.593.872 mortos no mundo, resultantes de mais de 116,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Leia Também: Bolsonaro recusa confinamento e obrigar a população a ficar em casa

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