Segundo indicou a Fiocruz em comunicado, serão entregues 3,8 milhões de doses até ao final do mês e 30 milhões em abril.
"A primeira linha em funcionamento hoje está produzindo cerca de 300 mil doses por dia. Ainda esta semana, caso a produção ocorra dentro do previsto, uma segunda linha de produção deverá entrar em operação para aumentar a capacidade produtiva. A expetativa é chegar até ao final de março com as duas linhas em funcionamento, com uma produção de cerca de um milhão de doses por dia", explicou a Fundação em comunicado.
A Fiocruz informou ainda que uma falha num dos equipamentos de envasilhamento interrompeu a produção dos lotes de validação, etapa necessária para garantir o controlo de qualidade e eficácia do imunizante, e que acabou por atrasar o cronograma de entregas para março.
Ainda na segunda-feira, a Fundação enviou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa, órgão regulador do Brasil) os documentos restantes para a obtenção do registo definitivo da vacina. A expetativa é de que o registo possa ser concedido ainda esta semana.
"Paralelamente, a Fiocruz mantém-se ativa na busca por alternativas para o fornecimento de vacinas ao Programa Nacional de Imunização (PNI). Até ao momento, já foram fornecidas quatro milhões de doses produzidas pelo Instituto Serum (Índia) e preparadas para distribuição pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos, das 12 milhões de doses já acordadas com a AstraZeneca", aponta-se no comunicado.
Além disso, a Fiocruz irá também apoiar tecnicamente a receção das vacinas da Covax Facility, "o que poderá representar cerca de 2,9 milhões de doses de vacinas prontas ainda em março".
Apesar dos esforços, a Índia bloqueou o envio para o Brasil de oito milhões de doses prontas do imunizante AstraZeneca/Oxford produzidas pelo Instituto indiano Serum, informou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, na segunda-feira.
Segundo Pazuello, o Brasil terá que "fazer pressão" sobre o Serum para receber as doses previstas da vacina.
O Brasil somou 987 mortos e 32.321 casos de covid-19 nas últimas 24 horas, totalizando 266.398 óbitos e 11.051.665 infeções desde o início da pandemia, informou na segunda-feira o Governo brasileiro.
A nação sul-americana, com 212 milhões de habitantes, atravessa um momento de forte agravamento da pandemia, em parte atribuída a uma estirpe mais agressiva do vírus, detetada no Amazonas, mas também ao comportamento da população e à falta de medidas unificadas no país.
Nesse sentido, o investigador da Fiocruz Amazónia Felipe Naveca, que sequenciou essa nova estirpe, frisou que o Brasil "não pode atrasar demais a adoção de medidas" restritivas a nível nacional.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.593.872 mortos no mundo, resultantes de mais de 116,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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