Segundo fontes da direção da unidade de saúde, o hospital, situado em Oloron Sainte-Marie, próximo de Pau, que emprega cerca de 600 pessoas para um total de 321 camas, foi afetado por um ataque de 'ransomware' em que os piratas informáticos conseguem aceder ao sistema para, em seguida, criptografar os arquivos para torná-los inoperantes e exigem um resgate para os desbloquer.
Trata-se do terceiro ciberataque registado num mês em unidades hospitalares em França. Os dois anteriores levaram o Presidente francês, Emmanuel Macron, a anunciar uma resposta de 1.000 milhões de euros para reforçar a cibersegurança de sistemas sensíveis.
Nos ecrãs do hospital de Oloron Sainte-Marie surgiram mensagens, em inglês, a exigir o pagamento de um resgate de 50.000 dólares (cerca de 42.000 euros) em 'bitcoins' (moedas criptadas).
Desde que o ciberataque foi detetado por um engenheiro responsável pela infraestrutura informática do hospital, na segunda-feira, o pessoal médico e administrativo tem utilizado papel e lápis.
O ataque cibernético afeta a maioria dos dados relacionados com as informações de saúde do paciente, o que pode levar ao adiamento de algumas intervenções cirúrgicas, impedindo um rápido retorno ao normal, explicou a administração do hospital de Oloron Sainte-Marie.
Também complica a gestão - informatizada - dos 'stocks' de medicamentos, mas sem pôr em perigo, nesta fase, a campanha de vacinação contra a covid-19.
No entanto, a rede interna de telefone continua a funcionar, sublinhou a administração, que adiantou ter sido efetuada recentemente uma auditoria aos sistemas informáticos do hospital, na sequência dos recentes ciberataques a outras unidades hospitalares.
O hospital apresentou já uma queixa oficial, o que levou ao local uma unidade de crimes cibernéticos da polícia francesa, apoiados por agentes da Agência Nacional de Segurança dos Sistemas de Informação (ANSSI), que combate os ciberataques.
Os estabelecimentos de saúde estão a tornar-se os principais alvos da ameaça cibernética desde a crise associada à pandemia de covid-19.
"Os ataques facilitam, sem qualquer dúvida, o pagamento dos resgates pelos hospitais, dada a necessidade crítica de continuidade da atividade" médica, indica um relatório recente da ANSSI.
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