A outra batalha da Ucrânia: Contornar relutância do povo em ser vacinado

As infeções por coronavírus estão a subir no país de forma proporcional à oposição às vacinas. E nem os profissionais de saúde que tratam de pacientes com Covid-19 escapam à resistência à imunização, tendo apenas 40% sido vacinados.

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© Valentyn Ogirenko/Reuters

Notícias ao Minuto
10/03/2021 11:20 ‧ 10/03/2021 por Notícias ao Minuto

Mundo

Coronavírus

É uma batalha dentro das batalhas que se têm sucedido na guerra contra a Covid-19. A Associated Press refere que após a Ucrânia ter recebido o seu primeiro carregamento de vacinas contra a doença, o governo de Kiev debateu-se com uma nova luta: a relutância da população em ser vacinada.

Apesar de o país estar a enfrentar um período de agravamento da pandemia, com o número de casos a disparar, os ucranianos opõem-se cada vez mais à vacinação.

Uma sondagem divulgada no início deste mês pelo Instituto Internacional de Sociologia de Kiev indicou que 60% dos inquiridos não querem ser imunizados, uma subida face aos 40% do mês anterior.

A resistência até é partilhada pelos profissionais de saúde do país. O ministro da Saúde ucraniano, Maxim Stepanov, disse que apenas 40% dos profissionais de saúde que tratam pacientes com a Covid-19 foram inoculados com a vacina da AstraZeneca.

Oleksandr Kornienko, um dos principais membros do partido do presidente Volodymyr Zelenskiy, revelou no parlamento que instalações médicas foram forçadas a destruir muitas doses da vacina, porque os profissionais de saúde que deviam receber a vacina não apareceram.

A Ucrânia recebeu um primeiro carregamento de 500 mil doses da vacina da AstraZeneca no final de fevereiro. Desde então, apenas 23.500 pessoas foram vacinadas.

Porém, nesse período de tempo têm sido registadas cerca de 10 mil novas infeções por dia. Em termos acumulados, a Ucrânia soma 1,4 milhões de casos confirmados e mais de 28 mil óbitos.

Esta resistência do povo ucraniano em ser vacinado tem raízes profundas suportadas por suspeições do tempo da União Soviética, e exacerbadas pelas alegações dos políticos sobre a baixa qualidade das vacinas, escândalos de corrupção e a desinformação espalhada nas redes sociais.

Para se ter uma ideia do ceticismo do povo ucraniano relativamente à vacinação, em 2019 o país registou o maior surto de sarampo na Europa. O surto deveu-se à recusa generalizada na administração da vacina contra o sarampo.

Leia Também: AO MINUTO: AstraZeneca para maiores de 65; Professores são prioritários

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