"Senhora Ministra, é lamentável que a democracia sueca apoie os planos e personagens criados por Washington para destruir a democracia venezuelana e repita literalmente o roteiro de Donald Trump", escreveu o ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, na rede social Twitter.
Madam Minister, it's regrettable that Swedish democracy supports plans and actors created by Washington to destroy Venezuelan democracy and literally repeats Donald Trump's script. Supporting coups or violating the UN Charter did not use to be Sweden's characteristics. https://t.co/vAV7fNq1Jf
— Jorge Arreaza M (@jaarreaza) March 10, 2021
Na mesma mensagem, o ministro afirma que "a Suécia não se caracterizava por apoiar o 'golpismo' nem por violar a Carta da Organização das Nações Unidas".
O líder opositor venezuelano, Juan Guaidó, realizou hoje, um encontro virtual com Ann Linde, durante o qual conversou sobre a crise política, económica e social na Venezuela.
"Obrigado à ministra dos Negócios Estrangeiros da Suécia, Ann Linde, por apoiar a Venezuela", publicou pouco depois o dirigente oposicionista, também no Twitter.
Guaidó escreveu ainda que a agenda da oposição é "fazer face à emergência humanitária e pressionar por condições para eleições livres e justas que permitam recuperar a democracia".
"Essa é a nossa agenda com o mundo livre e contamos com o seu apoio", frisou.
Também no Twitter, a ministra sueca disse que falou com o opositor venezuelano a quem "reafirmou (...) o compromisso da Suécia com a ajuda humanitária e com o apoio a todos os atores que trabalham por um retorno pacífico à democracia na Venezuela".
"A perseguição, pelo regime, de opositores políticos, é inaceitável", considerou.
No passado dia 02 de março, Juan Guaidó, anunciou que tinha também conversado, por videoconferência, com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, naquele que foi o primeiro contacto desde que Joe Biden assumiu a Presidência dos EUA, a 20 de janeiro deste ano.
"Estivemos a conversar com o secretário de Estado [Antony Blinken] e também com o ministro de Relações Exteriores do Canadá [Marc Garneau], como parte da agenda de alianças internacionais para resgatar a democracia", disse Juan Guaidó aos jornalistas.
Guaidó explicou que a oposição venezuelana e os EUA estão a tentar "aumentar a pressão sobre o regime" do Presidente Nicolás Maduro, procurando também "alternativas à emergência humanitária complexa, com o sistema Covax [plataforma de acesso às vacinas contra a covid-19, da Organização Mundial da Saúde], para a vacinação e atenção aos migrantes" venezuelanos.
Num comunicado posterior, Guaidó disse ter expressado o seu "compromisso" em "trabalhar em cooperação com os Estados Unidos e outros aliados, para parar com o sofrimento" dos venezuelanos, "aumentando significativamente a assistência humanitária" ao povo da Venezuela.
Na nota, indica que a conversa com Blinken incidiu ainda sobre os "esforços para trabalhar com aliados com ideias afins, incluindo a União Europeia, o Grupo de Lima, a Organização dos Estados Americanos e o Grupo de Contacto Internacional, para aumentar a pressão multilateral e impulsionar uma transição pacífica e democrática" na Venezuela.
"O secretário Blinken aplaudiu os esforços para encontrar soluções para aliviar o sofrimento (dos venezuelanos) e comprometeu-se com o apoio contínuo dos Estados Unidos", frisou Guaidó, citado no comunicado.
A crise política, económica e social na Venezuela agravou-se desde janeiro de 2019, quando o presidente do parlamento, o opositor Juan Guaidó, jurou publicamente assumir as funções de Presidente interino do país até afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um governo de transição e eleições livres e democráticas no país.
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