O presidente Abdelmadjid Tebboune tinha admitido em fevereiro a dissolução do parlamento para permitir a apresentação de candidatos que se situam à margem das estruturas do poder. Promoveu ainda uma remodelação governamental e ordenou a libertação de cerca de 30 ativistas, apesar de dezenas ainda permaneceram nas prisões.
Hoje anunciou a data das novas eleições legislativas, que devem decorrer em 12 de junho, e não no próximo ano como estava inicialmente previsto.
O escrutínio será seguido por eleições locais e regionais.
Num outro esforço para satisfazer o movimento de contestação, o Governo da Argélia concluiu no domingo uma nova lei eleitoral destinada a limitar potenciais fraudes e ampliar a escolha dos eleitores.
As últimas eleições legislativas, em 2017, foram assinaladas por escândalos financeiros que implicaram a deteção de diversos altos responsáveis.
O inédito movimento do 'Hirak', pacífico e plural -- desencadeado em fevereiro de 2019 e que regressou no mês passado às ruas após uma interrupção de um ano devido às restrições impostas pela pandemia -- implicou a demissão em abril de 2019, após 20 anos no poder, de Abdelaziz Bouteflika, o antecessor de Tebboune.
No entanto, os ativistas consideram que as alterações registadas até agora na opaca estrutura de poder dominada pelos militares são insuficientes.
Nas próximas eleições os argelinos deverão eleger, para um mandato de cinco anos, os 462 deputados da oitava legislatura da Assembleia Popular Nacional.
Trata-se da segunda convocatória às urnas desde a chegada de Tebboune à Presidência (em dezembro de 2019) após o referendo sobre a Constituição realizado em novembro de 2020 e que concede mais poderes ao primeiro-ministro e ao parlamento.
Tebboune, 75 anos, ex-primeiro-ministro e considerado um político do aparelho do regime, venceu as eleições presidenciais de dezembro de 2019, caracterizadas pela mais elevada taxa de abstenção da história da Argélia (superior a 60%), desde a independência do país magrebino em 1962.
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