"O Presidente registou complicações de saúde e encontra-se em observação no centro médico Astrik", assinalou a Presidência arménia em comunicado.
Por sua vez, o diário arménio Hraparak escreveu que Sarkisian, 67 anos, foi hospitalizado "por problemas cardíacos", estando a ser-lhe implantado um 'stent' coronário.
Sarkisian, diagnosticado com covid-19 no início de janeiro durante um período de férias no Reino Unido, esteve internado várias semanas num hospital de Londres com uma dupla pneumonia e febre alta, regressando à Arménia em 13 de fevereiro passado.
Uma vez de regresso, o Presidente arménio retomou a agenda política enquanto prosseguia o tratamento pelas complicações do novo coronavírus.
Em plena crise política no país caucasiano na sequência da derrota na guerra do Nagorno-Karabakh, Sarkisian emergiu com uma das figuras mediadoras entre o Governo e a oposição, que exige a demissão do primeiro-ministro, Nikol Pashinian.
O Presidente arménio tinha convocado para sábado uma reunião entre representantes do executivo e o movimento da oposição para tentar uma saída da crise, que se acentuou em fevereiro após o estado-maior militar se ter associado os pedidos de demissão do primeiro-ministro.
A contestação interna está relacionada com a humilhante derrota de novembro passado face ao vizinho e rival Azerbaijão em torno do enclave arménio do Nagorno-Karabakh, e que agravou a crise interna, com o primeiro-ministro a denunciar em 25 de fevereiro uma "tentativa de golpe de Estado" e a apelar à mobilização dos seus apoiantes.
Desde então, ocorreram manifestações de sinal contrário na capital arménia, com os apoiantes da oposição a erguerem barricadas, montarem tendas, e bloquearam as ruas em redor do parlamento.
A oposição continua a exigir o afastamento de Nikol Pashinian -- no poder desde 2018 e com um programa assente numa estratégia de "revolução pacífica" --, após a derrota na guerra pelo controlo da região do Nagorno-Karabakh.
Na ocasião, e confrontado com o risco de colapso, o exército pediu ao chefe de Governo para aceitar as condições de um cessar-fogo negociado pelo Presidente russo Vladimir Putin, e que implicava importantes perdas territoriais para a Arménia.
Apesar de ter sido garantido o essencial da região separatista arménia do Nagorno-Karabakh, a Arménia perdeu a cidade simbólica de Shusha, e ainda diversos territórios azeris que circundavam a região. Em seis semanas, o conflito provocou perto de 6.000 mortos.
A hierarquia militar apoiava até ao momento o primeiro-ministro, mas retirou-lhe o apoio após o afastamento de um oficial superior que criticou as declarações de Pachinian, pelas quais a derrota foi devida em parte à ineficácia de um sistema de armamento russo, os lança-mísseis Iskander.
No entanto, esta declaração não foi acompanhada por qualquer movimentação de tropas.
Na sequência da sua independência da URSS em 1991, a Arménia já registou uma série de crises e revoltas, à semelhança das restantes ex-repúblicas soviéticas do Cáucaso do Sul.
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