Myanmar: Líder interino do Governo civil pede revolução
O líder interino do Governo civil de Myanmar (antiga Birmânia), deposto pelos militares após o golpe de Estado de 01 de Fevereiro, pediu no sábado à noite uma "revolução" para restaurar a democracia no país.
© Reuters
Mundo Myanmar
"Para formar uma democracia federal, com todos os irmãos étnicos que sofreram todo o tipo de opressões da ditadura durante décadas, esta revolução é uma oportunidade para juntarmos os nossos esforços", disse num discurso de seis minutos na rede social Facebook Mahn Win Khaing Than, que está agora à frente do Governo civil após a prisão da vencedora do Prémio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, no dia do golpe.
Than, que juntamente com outros membros da Liga Nacional para a Democracia (NLD) continua escondido, disse no seu primeiro discurso ao país que Myanmar vive o seu "momento mais negro, mas o amanhecer está próximo", e prometeu que o Governo civil tentará aprovar leis que deem às pessoas o direito de se defenderem.
"Este é o momento de todos os nossos cidadãos testarem a sua resiliência contra os momentos escuros", declarou.
O discurso de Than foi feito depois de outro dia trágico no sábado, com pelo menos sete vítimas fatais em diferentes cidades de todo o país após a repressão das forças de segurança, que hoje já mataram mais uma pessoa e feriram quatro outras durante num protesto na cidade de Bago.
Than foi nomeado vice-presidente do Comité de Representantes da Assembleia da União (CRPH), que reúne alguns dos parlamentares eleitos nas eleições de novembro e que não puderam assumir formalmente os seus lugares devido à revolta militar de 01 de fevereiro.
A CRPH já tinha revalidado as posições do Presidente, Win Myint, e da conselheira estatal, Suu Kyi, ambos sob custódia militar, pelo que atua como líder interino.
Na manhã do golpe, o Exército deteve a maior parte do Governo eleito, incluindo a líder de facto, Aung San Suu Kyi, e o Presidente, Win Myint, e cancelou a tomada de posse da legislatura marcada para o mesmo dia.
A junta militar, cuja repressão resultou em mais de 70 mortes em manifestações pacíficas devido principalmente a disparos de polícias e soldados, também intimidou jornalistas e meios de comunicação social que cobriam as manifestações.
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