"Recebemos 5.850 doses da vacina, num investimento de cerca de 40 mil dólares. Reafirmo a nossa meta em vacinar em 2021 mais de 70% da população e garantir a imunidade de grupo", disse o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, depois de este segundo lote ter chegado à Praia durante a madrugada de hoje.
Na mensagem, o governante assegurou que "as perspetivas são animadoras" e que o "engajamento" das autoridades cabo-verdianas neste processo "é total".
"Vamos juntos vencer a pandemia, renovar as esperanças e retomar o crescimento. A vacina é apenas mais uma componente deste combate, por isso, vamos continuar a cumprir as medidas de proteção quanto ao uso de máscaras, higienização e seguirmos no bom combate contra a covid-19", afirmou o primeiro-ministro.
Cabo Verde recebeu na madrugada de 12 de janeiro o primeiro lote de 24 mil vacinas contra a covid-19 da AstraZeneca e começa a campanha em 19 de março.
Segundo a explicação anterior do chefe do Governo, estas doses inserem-se num total de 108 mil fornecidas pela AstraZeneca ao abrigo da Covax, iniciativa fundada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que visa garantir uma vacinação equitativa contra o novo coronavírus.
Ulisses Correia e Silva disse que brevemente vão chegar mais 80 mil doses da vacina da mesma farmacêutica, além das agora entregues pela Pfizer.
"Estamos fortemente empenhados para até ao final do ano conseguirmos vacinar mais de 70% da população, que garante a imunidade de grupo e todo o esforço está sendo feito nesse sentido", apontou.
A campanha de vacinação vai arrancar em 19 de março, em todas as ilhas, precisou anteriormente Ulisses Correia e Silva, garantindo que vai ser feita em primeiro lugar aos profissionais de saúde.
Até lá, o primeiro-ministro afirmou que o país tem condições de armazenamento não só na cidade da Praia, mas também no resto do país, "para serem garantidas todas as condições de uma boa aplicação da vacina".
O primeiro-ministro informou que os Estados Unidos vão disponibilizar um avião que tem estado a operar na ilha de São Vicente para ajudar no transporte entre as ilhas, em parceria com a Guarda Costeira cabo-verdiana.
Angola tornou-se no primeiro país de língua portuguesa em África a receber vacinas contra a covid-19 (624.000 doses) ao abrigo da Covax, que pretende entregar 90 milhões de doses de vacinas no continente africano até final deste mês.
Até ao final de maio, o planeamento prevê a entrega de 237 milhões de doses de vacinas da AstraZeneca e de 1,2 milhões de doses da vacina Pfizer.
Fundada pela OMS, em parceria com a Vaccine Alliance (Gavi, presidida pelo antigo primeiro-ministro português José Manuel Durão Barroso e a Coalition for Epidemic Preparedness Innovations (Cepi), a Covax pretende garantir a vacinação a 20% da população de 200 países e tem acordos com fabricantes para o fornecimento de dois mil milhões de doses em 2021 e a possibilidade de comprar ainda mais mil milhões.
O plano nacional de introdução e vacinação contra a covid-19 em Cabo Verde, prioriza ainda pessoas com doenças crónicas, idosos, professores, profissionais hoteleiros, ligados ao turismo e das fronteiras, polícias, militares e bombeiros.
Para o efeito, "será necessária a aquisição de 267.293 doses" da vacina para a população alvo prioritária, num total de 111.372 pessoas, "e pretende-se vacinar até 2023 um total de 60% da população, sendo 20% em 2021, 20% em 2022 e 20% em 2023".
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