"O Comité Consultivo Global para a Segurança das Vacinas (GAVCS) da Organização Mundial de Saúde (OMS) está a avaliar sistematicamente e cuidadosamente os relatórios atuais e até hoje, não há provas de que os incidentes sejam causados pela vacina. É importante que a campanha de vacinação prossiga", disse Arvind Mathur, numa resposta por escrito, enviada à Lusa.
Os comentários de Mathur surgem depois da suspensão de vários lotes da vacina em vários países europeus ter suscitado um debate em Timor-Leste onde a AstraZeneca foi aprovada para a vacinação e o processo deverá arrancar no próximo mês.
"No contexto de Timor-Leste, o Governo escolheu a vacina Oxford-AstraZeneca com base em vários critérios e contexto do país. Além disso, a vacina para Timor-Leste está a chegar através da COVAX, que atualmente garantiu a vacina AZ da SKBio, República da Coreia e/ou Instituto do Soro da Índia", recordou.
O responsável da OMS disse que "na Europa, as suspensões estão relacionadas com lotes específicos das vacinas em alguns países, enquanto outros suspenderam a utilização como medida de precaução enquanto está em curso uma investigação completa".
A OMS, disse, concorda com a posição da Agência Europeia do Medicamento (EMA) de que "os benefícios da vacina AstraZeneca na prevenção do COVID-19, com o seu risco associado de hospitalização e morte, superam os riscos de efeitos colaterais, pelo que pode continuar a ser administrada enquanto a investigação está em curso".
Além disso, explicou, a TGA Australia, equivalente australiano da EMA, considerou que até ao momento "não há indicação de um aumento da taxa de coágulos sanguíneos acontecendo ou causa e efeito com a vacina AZ na Austrália".
"Só no Reino Unido, já foram administradas mais de 10 milhões de vacinas AZ sem provas de eventos adversos graves relacionados", considerou.
Globalmente e até ao dia de hoje já foram administradas em todo o mundo quase 400 milhões de doses das várias vacinas contra a covid-19, segundo dados atualizados recolhidos pela agência noticiosa Bloomberg.
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