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Nicolas Sarkozy novamente julgado agora por gastos excessivos de campanha

O julgamento do ex-presidente francês Nicolas Sarkozy no 'Caso Bygmalion', sobre gastos excessivos da campanha presidencial de 2012, começou hoje no Tribunal Criminal de Paris, embora na ausência do réu.

Nicolas Sarkozy novamente julgado agora por gastos excessivos de campanha
Notícias ao Minuto

15:14 - 17/03/21 por Lusa

Mundo Nicolas Sarkozy

Duas semanas depois de ser condenado à prisão por corrupção, Sarkozy é agora julgado sob a acusação de "financiamento ilegal de campanha". 

No entanto, refere a agência noticiosa France-Presse (AFP), há uma forte possibilidade de o julgamento ser adiado, uma vez que o advogado de Jérôme Lavrilleux, um dos 13 corréus, está hospitalizado, tendo sido feito um pedido de adiamento do julgamento.

Jérôme Lavrilleux, ex-diretor adjunto da campanha de Sarkozy, foi o primeiro a confessar ter participado num vasto golpe com base em faturas falsas, despesas desvalorizadas e despesas voluntariamente omitidas das contas submetidas ao controlo final. Sem advogado, chegou ao tribunal sem ninguém o cumprimentar, notou a AFP.

Os advogados dos 14 réus -- antigos executivos da Bygmalion e membros da União para um Movimento Popular (UMP, atual Os Republicanos, conservador) - juntaram-se ao pedido de adiamento face à ausência de um deles, tudo indicando que o Ministério Público, refere a AFP, não se deverá opor.

Nesse caso, o julgamento deverá ser adiado para maio.

Sarkozy, afastado da política desde 2016, continua muito popular e muito apoiado à direita, onde nenhuma figura se tem destacado para representar os republicanos conservadores nas urnas.

Embora visto por alguma direita como um possível candidato às eleições presidenciais de 2022, o ex-Presidente francês foi, a 01 deste mês, condenado a três anos de prisão, um dos quais efetivo, por corrupção e tráfico de influência no chamado 'Caso das Escutas".

No novo julgamento, Sarkozy enfrenta uma pena de até um ano de prisão e uma multa de 3.750 euros por "financiamento ilegal da campanha eleitoral".

O ex-Presidente francês já afirmou, entretanto, que só comparecerá às audiências quando ele próprio for visado.

Ao contrário dos coarguidos, acusados nomeadamente de fraude ou cumplicidade, Sarkozy não é responsabilizado pelo sistema de faturas falsas, imaginado para ocultar os gastos excessivos da campanha. 

Mas, segundo a acusação, Sarkozy deixou escapar despesas apesar de vários alertas claros sobre os riscos de ultrapassar o limite e beneficiou, "sem dúvida", com a fraude, que lhe permitiu ter "meios [financeiros] muito maiores" do que os autorizados pela lei -- utilizou pelo menos 42,8 milhões de euros, quase o dobro do teto legal à época (22,5 milhões de euros).

Leia Também: Procurador financeiro vai apelar judicialmente após condenação de Sarkozy

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