Numa entrevista ao The New York Times, a assessora Alyssa McGrath disse que Cuomo espreitou para dentro da sua blusa e fez-lhe comentários sugestivos de natureza sexual.
Contestado pela gestão da pandemia de covid-19, Andrew Cuomo enfrenta também uma investigação por assédio sexual, segundo confirmou este mês a procuradoria estadual, depois de várias ex-funcionárias do Governador o terem acusado de comportamentos impróprios - em contatos que o governador eleito pelo partido democrata descreve como "brincadeiras".
A procuradora estadual Letitia James, também do partido democrata, disse estarem reunidas para a investigação avançar, enquanto a Assembleia do Estado de Nova Iorque está a investigar se existem motivos para a destituição do Governador, devido à pandemia e alegações de assédio sexual.
No mais recente caso, McGrath afirma que Cuomo se referia a si como "linda" em italiano, perguntava-lhe porque razão não usava aliança e questionava-a sobre o seu divórcio.
Na semana passada, o jornal Times Union of Albany revelou que uma outra ex-assessora de Cuomo o acusa de a ter apalpado, na residência oficial do Governador.
Rita Glavin, advogada de Cuomo, disse ao The New York Times que Cuomo nunca tocou ou fez sugestões de natureza sexual a colaboradores, e que cumprimentos com beijos, abraços e expressões como "ciao bella" ("olá linda") são naturais na cultura italo-americana, embora talvez o trato seja "antiquado".
Lindsey Boylan, ex-conselheira económica de Cuomo, de 36 anos, acusou o governador de a beijar e tocar forçadamente, mas também de promover "uma cultura dentro da sua administração na qual o assédio sexual e moral é tão generalizado que é aceite e até esperado".
Segundo Boylan, entre 2015 e 2018 Cuomo propos-lhe várias vezes que jogassem "strip poker", um jogo de cartas em que quem perde os lances se vai despindo.
Uma ex-conselheira para políticas de saúde, Charlotte Bennett, de 25 anos, disse ao The New York Times que o governador lhe fez uma série de perguntas pessoais quando estavam ambos sozinhos no seu escritório, em junho de 2020, incluindo se já tinha tido relações sexuais com homens mais velhos.
Cuomo recusou ter tocado alguma funcionária de forma inapropriada e que algumas tentativas de "brincadeiras" foram tiradas de contexto.
Andrew Cuomo tem sido alvo de críticas devido à gestão da pandemia nos lares de idosos do Estado, que alastraram a influentes democratas como o presidente da câmara, Bill de Blasio, e a congressista Alexandria Ocasio-Cortez.
Com a gestão da pandemia nos lares a ser escrutinada pela polícia federal (FBI) e procuradoria, e depois de uma das principais assessoras de Cuomo ter admitido manipulação de informação sobre vítimas mortais, a influente congressista Ocasio-Cortez defendeu uma "investigação completa" e a retirada a Cuomo dos poderes especiais de gestão que atualmente detém.
Em causa está a admissão por uma das principais assessoras do governador democrata, Melissa DeRosa, de que alguns dados sobre as mortes de idosos em lares não tinham sido partilhados com os legisladores estaduais por receio de que pudessem ser usados pela Administração Trump contra Cuomo.
O governador defendeu-se dizendo que, no período em causa, a sua equipa estava assoberbada.
Também o "mayor" democrata da cidade de Nova Iorque, Bill de Blasio, defendeu o regresso a uma "governação normal no Estado", com a retirada dos poderes especiais a Cuomo, algo que os legisladores estaduais republicanos vêm defendendo.
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