Segundo o diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahmane, citado pela AFP, "forças do regime dispararam seis cartuchos contra a cidade de Atareb" localizada na província de Alepo.
Os tiros visavam "o pátio e a entrada do hospital (...) localizado dentro de uma caverna, matando cinco civis, incluindo uma criança e um funcionário do hospital".
Outras 11 pessoas ficaram feridas, incluindo trabalhadores do hospital.
O grupo 'jihadista' Hayat Tahrir al-Sham, antigo ramo sírio da Al-Qaeda, e alguns grupos rebeldes controlam cerca de metade da região de Idleb e segmentos adjacentes nas províncias vizinhas de Alepo, Hama e Latakia, no norte da Síria.
A região alberga cerca de três milhões de pessoas, metade das quais foram deslocadas de outras áreas recapturadas pelo regime.
Em março de 2020 entrou em vigor uma trégua precária - depois de uma ofensiva de três meses que, segundo a ONU, expulsou quase um milhão de pessoas - patrocinada pela Rússia, um forte aliado de Damasco, e pela Turquia, que apoia grupos rebeldes.
Apesar das repetidas violações, incluindo ataques aéreos russos à região, o cessar-fogo vigorou durante um ano.
No passado, as forças do regime, apoiadas pelo seu aliado russo, visaram repetidamente hospitais neste último bastião hostil a Damasco, levando as autoridades locais a criar hospitais subterrâneos ou aninhados em cavernas.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 337 ataques a infraestruturas médicas tiveram lugar no noroeste da Síria entre 2016 e 2019.
De acordo com a ONU, 70% dos médicos e enfermeiros fugiram da região durante os anos de guerra, enquanto apenas metade das instalações médicas estão ainda operacionais.
Desencadeada em 2011 pela repressão do regime de Damasco contra os protestos pró-democracia, a guerra na Síria já provocou mais de 388.000 mortos e milhões de deslocados.
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