O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Dominic Raab, disse que as medidas são parte de uma "diplomacia intensiva" do Reino Unido, Estados Unidos, Canadá e os 27 países da UE para forçar a ação num contexto de evidências crescentes de graves violações de direitos humanos contra o povo uigure.
As sanções de Londres, a impor imediatamente, incluem proibição de viagens e congelamento de bens contra quatro responsáveis chineses, disse hoje Raab no parlamento britânico.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse por seu turno que "uma resposta transatlântica unida envia um forte sinal para aqueles que violam ou abusam dos direitos humanos", adiantando que serão tomadas "outras ações em coordenação com parceiros que pensam da mesma forma".
"Continuaremos a apoiar os nossos aliados em todo o mundo no apelo ao fim imediato dos crimes da RPC (República Popular da China) e à justiça para as muitas vítimas", disse ainda Blinken num comunicado.
A responsável do secretariado que supervisiona os programas de sanções no Departamento do Tesouro norte-americano, Andrea Gacki, indicou num comunicado que "as autoridades chinesas continuarão a sofrer consequências enquanto as atrocidades ocorrerem em Xinjiang", ao anunciar sanções contra dois responsáveis chineses.
Segundo Washington, Wang Junzheng e Chen Mingguo são associados a "graves violações dos direitos humanos", incluindo "detenções arbitrárias e graves maus-tratos físicos".
A decisão norte-americana ocorre após o anúncio de um acordo dos Estados membros da União Europeia visando sancionar quatro pessoas e uma entidade chinesas, igualmente por as violações em Xinjiang, que deverá ser aprovado por unanimidade na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE na próxima segunda-feira.
As sanções norte-americanas "completam" as da UE e do Canadá, precisa o secretariado do Tesouro, que sublinha que os Estados Unidos "continuarão a liderar vigorosamente os esforços mundiais para lutar contra as graves violações dos direitos humanos no Xinjiang e em todo o mundo".
A China já respondeu à União Europeia anunciando sanções contra dez pessoas, incluindo cinco membros do Parlamento Europeu, e quatro organizações.
As organizações de defesa dos direitos humanos acusam a China de ter internado até um milhão de muçulmanos uigures em campos em Xinjiang, além de esterilizar mulheres à força e impor trabalho forçado.
Pequim desmente categoricamente e afirma que os "campos" são "centros de formação profissional", que visam afastar a população do extremismo religioso e do separatismo, após vários atentados mortais cometidos por uigures contra civis.