Familiares de vítimas de ataque a escola na Nigéria bloqueiam estrada

Dezenas de manifestantes reuniram-se em Kaduna, no norte da Nigéria, e bloquearam uma das principais estradas da região, exigindo a libertação de 39 estudantes raptados de um colégio interno há cerca de 10 dias.

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© Reuters

Lusa
22/03/2021 17:50 ‧ 22/03/2021 por Lusa

Mundo

Nigéria

Os manifestantes - colegas e famílias das vítimas - montaram uma barricada em frente a uma escola profissional na periferia da capital do estado, causando uma forte perturbação no trânsito, segundo a agência de notícias France-Presse.

Os homens armados atacaram o internato da escola em 11 de março, para realizarem um outro rapto em massa de crianças em idade escolar, para resgate, ataques que se estão a tornar muito comuns no norte e centro da Nigéria.

O Exército conseguiu resgatar quase 180 estudantes no rescaldo do ataque, mas 39 crianças, 23 raparigas e 16 rapazes, continuam reféns de "bandidos", nome dado aos grupos criminosos que aterrorizam a população, roubam gado e saqueiam aldeias.

Os manifestantes levavam cartazes com frases como: "Tragam os nossos filhos de volta" e "É um crime ir à escola?",

As mães dos estudantes raptados (com 17 ou mais anos) tinham na mão fotos dos filhos e choravam enquanto se sentavam na estrada.

"Pedimos-te, Deus, que tenhas piedade de nós, que ajudes a salvar os nossos filhos, que toques nos corações dos seus raptores", implorou uma mãe vestida de preto, com ambas as mãos levantadas para o céu, em súplica.

Kambai Sam, presidente de uma associação de pais de estudantes raptados, criticou fortemente a forma como as autoridades estão a lidar com esta crise.

"Confiámos no Governo e no pessoal escolar para libertar os nossos filhos ilesos, mas isto não pode estar a acontecer", disse.

Este é pelo menos o quinto rapto de crianças e jovens estudantes na Nigéria nos últimos três meses.

Vários estados no centro e norte da Nigéria encerraram escolas por razões de segurança, o que suscita receios de um aumento do abandono escolar, especialmente entre as raparigas, nestas zonas rurais pobres que já têm uma taxa mais elevada de crianças que não frequentam a escola no país.

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