A chanceler alemã, Angela Merkel, decidiu suspender as restrições ontem anunciadas para o período da Páscoa e pediu desculpas aos alemães pela ideia, que considerou um erro.
O plano previa uma paralisação de cinco dias durante a Páscoa, para combater o aumento de contágios pelo SARS-CoV-2, e tinha sido alvo de duras críticas e de dúvidas acerca da sua implementação, levando agora o governo a dar um passo atrás.
"A ideia de uma paralisação na Páscoa foi decidida com a melhor das intenções", afirmou a chanceler em Berlim. "Mesmo assim, foi um erro."
O governo reconhece que o plano não poderia ser implementado de forma eficiente neste curto espaço de tempo e levantava questões como a continuação do pagamento de salários devido a horas de trabalho perdidas.
A chanceler alemã admitiu que a decisão criou incerteza adicional, mas assumiu total responsabilidade pela proposta: “Esse erro é exclusivamente meu. Lamento profundamente e por isso peço perdão a todos os cidadãos"
A decisão foi comunicada aos governadores estaduais esta quarta-feira, numa reunião de emergência.
Entre as restrições anunciadas estava o encerramento da maior parte das lojas e a suspensão de cerimónias religiosas durante o fim de semana da Páscoa, de 1 a 5 de abril.
Concentrações de pessoas, como na restauração ao ar livre, seriam também proibidas no mesmo período, de 1 a 5 de abril. Só comércios alimentares estavam autorizados a abrir no dia 3 de abril.
O plano gerou críticas até de dentro das fileiras do governo. O ministro do Interior, o conservador bávaro Horst Seehofer, disse estar "surpreso que, de todos os partidos, aqueles cujos nomes incluem um C (de cristão) sugiram que as igrejas se abstenham de celebrar os serviços, especialmente na Páscoa".
Também as organizações profissionais criticaram os novos encerramentos de lojas, num contexto económico já bastante degradado, a ponto de 120 mil lojas estarem ameaçadas de fecho definitivo na Alemanha.
Esta terça-feira, recorde-se, a chanceler alemã afirmava que a Alemanha entrou numa "nova pandemia" devido à propagação das variantes da covid-19.
[Notícia atualizada às 12h29]
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