Canal do Suez fechado à navegação. Desencalhar navio pode "levar semanas"
Empresa que opera o navio porta-contentores que encalhou veio fazer um pedido de desculpas, no dia em que as autoridades suspenderam a navegação no canal. Operações para fazer navegar o navio porta-contentores entram no terceiro dia.
© Twitter/ Shiv Ramadas
Mundo Canal do Suez
A Autoridade do Canal de Suez suspendeu temporariamente o tráfego marítimo enquanto oito rebocadores continuam a tentar fazer com que o navio porta-contentores que ali encalhou volte a navegar. A corrida para desbloquear o canal do Suez entra hoje no terceiro dia, à medida que aumenta a pressão das autoridades.
O navio, do tamanho de um arranha-céus, parou o Canal de Suez, no Egito, quando, na noite de terça para quarta-feira, se atravessou devido a ventos fortes, sendo que, segundo as autoridades, já obrigou à paragem de 150 outros navios.
Hoje de manhã estavam "13 navios da rota norte [vindos do Mediterrâneo] parados em áreas de espera", disse o porta-voz da Autoridade Egípcia do Canal de Suez (SCA), George Safwat.
Os esforços para libertar o 'Ever Given', usando dragas, escavações e até a maré alta, ainda não conseguiram empurrar o porta-contentores para o lado, o que já custou milhões de euros a transportadoras de carga.
Entretanto, a empresa que opera o navio pediu esta quinta-feira desculpas pela situação e garantiu que está a trabalhar numa solução.
"Estamos determinados a continuar o trabalhar arduamente para resolver a situação o mais rapidamente possível", referiu, em comunicado, a empresa japonesa Shoei Kisen Kaisha
"Gostaríamos de pedir desculpas a todas as partes afetadas por este incidente, incluindo os navios que viajam e planeavam viajar pelo Canal de Suez", disse.
Num comunicado em inglês, a companhia adianta que não há registo de feridos nem de derramamento de petróleo na sequência do incidente. A empresa esclarece que havia 25 tripulantes a bordo, todos de nacionalidade indiana.
A empresa responsável pelas operações descreve o navio como uma "baleia encalhada", diz que a embarcação está presa na areia e que os contentores podem ter de ser descarregados, um processo que poderá levar semanas.
"É como uma enorme baleia encalhada. É um peso enorme na areia. Podemos ter que reduzir o peso removendo contentores, óleo e água do navio. Não podemos excluir que pode levar semanas, dependendo da situação", afirmou o CEO da empresa a uma televisão holandesa.
O navio porta-contentores, recorde-se, encalhou no Canal do Suez depois de ter sido atingido por rajadas de vento e provocou a paragem da circulação marítima numa das rotas mais utilizadas do mundo.
Uma foto divulgada na terça-feira mostra o navio MV Ever Given, com pavilhão de Taiwan, com 400 metros de comprimento e 59 metros de largura atravessado no canal, impedindo o tráfego.
O Canal do Suez, inaugurado em 1869, garante a passagem de 10% do comércio marítimo internacional.
Cerca de 19 mil navios utilizaram a passagem em 2020, de acordo com a Autoridade do Canal do Suez (SCA).
Esta situação levou à reversão de parte da queda sofrida na terça-feira pela cotação do Brent, superior a 6%, perante a preocupação que a nova vaga da pandemia do novo coronavirus está a suscitar na Europa.
Os investidores ficaram ainda a saber que as reservas de petróleo nos EUA aumentaram em 1,91 milhões de barris na semana passada, quando a expectativa era de uma descida de 270 mil barris.
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