A Índia suspendeu todas as exportações da vacina da AstraZeneca, incluindo para a Covax, para dar resposta à necessidade interna. Perante o aumento de casos de Covid-19 no país, o executivo decidiu começar a vacinar toda a população com mais de 45 anos já a partir de dia 1 de abril.
A medida terá efeitos não só para a vacinação na Europa, mas também para a COVAX, a iniciativa internacional com o apoio da OMS para fazer chegar vacinas aos países mais pobres.
Alguns dos países mais pobres do mundo já foram alertados para o facto de serem expectáveis atrasos na entrega das vacinas devido a problemas técnicos numa fábrica sul-coreana e também a este bloqueio da Índia, que estará a impedir as exportações pelo Serum Institute of India, o maior fabricante de vacinas do mundo.
"A Covax informou aos participantes que os volumes alocados da vacina da AstraZeneca produzidos na Coreia do Sul serão menos do que o planeado em março", disse um porta-voz da Unicef. "A AstraZeneca informou que compensará os volumes atrasados durante os meses de abril e maio."
A Índia tinha conseguido travar a progressão da pandemia, depois de atingir o pico de infeções em meados de setembro de 2020, quando foram diagnosticados 97.894 casos num só dia, mas as infeções voltaram a aumentar no último mês.
Desde o início da pandemia, a Índia contabilizou mais de 11,7 milhões de casos de covid-19 (11.787.534), sendo o terceiro país do mundo com mais infeções, atrás dos Estados Unidos e do Brasil.
A Índia é o quarto país do mundo com mais óbitos (160.692 mortes), a seguir aos Estados Unidos, Brasil e México, de acordo com a contagem independente da Universidade Johns Hopkins (EUA).
Com uma população de 1,3 mil milhões de habitantes, a Índia começou a campanha de vacinação em 16 de janeiro, tendo até agora vacinado mais de 53 milhões de pessoas (53.145.709), de acordo com os números atualizados diariamente pelo Ministério da Saúde indiano.
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