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Myanmar: UE e Grã-Bretanha condenam "assassínios" cometidos pelo exército

A União Europeia e a Grã-Bretanha condenaram hoje os "assassínios" cometidos pelo exército por ocasião do Dia das Forças Armadas na Birmânia, onde pelo menos 20 pessoas foram mortas na repressão aos protestos.

Myanmar: UE e Grã-Bretanha condenam "assassínios" cometidos pelo exército
Notícias ao Minuto

12:51 - 27/03/21 por Lusa

Mundo Myanmar

"Neste 76.º dia das forças armadas será lembrado como um dia de terror e desonra. Os assassínios de civis desarmados, incluindo crianças, são atos indefensáveis", anunciou a embaixada da União Europeia em Rangum no Twitter e no Facebook, citada pela Agência France-Presse (AFP).

Já embaixador britânico estimou, em comunicado, que "as execuções extrajudiciais dizem muito sobre as prioridades da junta militar".

Pelo menos 20 pessoas, incluindo uma criança com 13 anos, morreram hoje devido à repressão das forças armadas birmanesas, a novos protestos em várias cidades de Myanmar (antiga Birmânia) contra a junta militar resultante do golpe de Estado.

As 20 mortes registaram-se, nomeadamente, em Rangum, a maior cidade do país, Lashio, Mandalay, Meikhtila, Kyaukpadaung e Kyeikhto, e também "muitos" feridos graves, segundo a imprensa local e testemunhas, citadas pela agência de notícias Efe, mas ativistas e jornalistas, nas redes sociais, aumentam o número de mortes para 40.

Ativistas pró-democracia tinham apelado a novas manifestações contra o golpe de Estado de 01 de fevereiro no "Dia das Forças Armadas", hoje celebrado com uma exibição do arsenal militar, num desfile em Naypyidaw perante o chefe do exército e chefe da junta no poder, general Min Aung Hlaing.

A Efe relatou que a polícia e os soldados, "mais uma vez reprimiram brutalmente os protestos, disparando contra os manifestantes e também contra outros civis, nas ruas e dentro de suas casas", mas que a maioria dos manifestantes é pacífica e só alguns enfrentam os militares atirando 'coktails' molotov ou foguetes pirotécnicos artesanais.

Segundo uma jornalista local, Mai Kaung Saing, citada pela agência de notícias France-Presse, hoje, antes de amanhecer registaram-se repressões a manifestantes em Rangum, capital económica do país, enquanto num comício de estudantes em Lashio, no estado nordeste de Shan, a polícia e soldados abriram fogo sobre a multidão.

"As pessoas não tinham começado a protestar, não tinham sido proferidos 'slogans'. O exército e a polícia chegaram e dispararam com munições reais sem qualquer aviso", contou a jornalista.

Ao início da manhã, milhares de soldados, tanques, mísseis e helicópteros desfilaram perante generais e convidados, incluindo delegações russas e chinesas, numa cerimónia anual de celebração do início da resistência do exército birmanês à ocupação japonesa durante a Segunda Guerra Mundial.

Os militares tomaram o poder em 01 de fevereiro com o pretexto de uma suposta fraude eleitoral nas eleições de novembro, que afastou do poder a vencedora do Prémio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, agora acusada de corrupção.

A Associação Birmanesa de Assistência a Presos Políticos (AAPP), no mais recente relatório, contabiliza pelo menos 328 mortos devido à violência policial e militar, número que não inclui as mortes de hoje.

Desde o golpe, a junta militar deteve mais de 3.000 pessoas, incluindo Suu Kyi e grande parte do seu Governo, a maioria das quais mantidas incomunicáveis.

Leia Também: Myanmar: Pelo menos 20 mortos em protestos em várias cidades

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