As autoridades de Saúde alemãs decidiram suspender a administração da vacina da AstraZeneca a pessoas com menos de 60 anos. A decisão surge depois de os governos de Berlim e Munique já terem avançado localmente para a suspensão, depois de terem detetado 31 casos de trombose e nove mortes.
O Ministro da Saúde, Jens Spahn, e as autoridades sanitárias dos 16 estados federais, refere a Associated Press, concordaram por unanimidade dar a vacina apenas a pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. A exceção reside naqueles que sejam considerados doentes de alto risco para a Covid-19 e tenham concordado previamente com o seu médico levar a vacina mesmo tendo em conta os riscos ou possíveis efeitos secundários.
A reunião, onde esteve presente também a chanceler alemã, Angela Merkel, surgiu depois de a Comissão Permanente de Vacinação já ter recomendado que a vacina da AstraZeneca fosse administrada apenas a partir dos 60 anos e de as autoridades alemãs terem detetado 31 casos de trombose em pessoas que receberam a vacina, das quais nove morreram, em cerca de 2,9 milhões de doses administradas no país.
As mortes por coágulos ocorreram na sua maioria em mulheres, com idades entre os 20 e os 63 anos, apontou o Instituto Paul Ehrlich, regulador alemão para as vacinas.
Recorde-se que relatos de formas pouco comuns de coágulos sanguíneos na cabeça, conhecidos como trombose da veia sinusal, levaram vários países europeus, incluindo Portugal, a suspender temporariamente o uso da vacina da AstraZeneca, no início deste mês.
Em Portugal, a vacinação com a vacina da AstraZeneca (agora Vaxzevria) foi retomada depois do reforço de confiança da EMA no medicamento, que concluiu que os benefícios da vacina superavam os riscos, embora tenha sido recomendado que médicos e pacientes deviam ser alertados para possíveis efeitos colaterais raros.
Também, na segunda-feira, o Canadá suspendeu o uso da vacina da AstraZeneca em pessoas com menos de 55 anos, citando novos dados preocupantes da Europa.
[Notícia atualizada às 19h41]
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