Chefe da polícia de Minneapolis: Chauvin "definitivamente" violou regras
No seu depoimento, Medaria Arradondo confirmou que o ex-polícia Derek Chauvin estava a agir à revelia das regras do departamento quando manteve o joelho das costas da vítima por mais de nove minutos, testemunhando contra o ex-agente, num posicionamento raro entre forças de autoridade.
© Pool via REUTERS
Mundo George Floyd
O testemunho do chefe da polícia de Minneapolis, ocorrido esta segunda-feira, foi perentório na denúncia das ações do antigo agente do departamento Derek Chauvin, único acusado de homicídio na morte do afro-americano George Floyd. Medaria Arradondo afirmou que o ex-polícia "definitivamente" violou as regras da força policial ao ajoelhar-se nas costas da vítima durante mais de nove minutos, no dia 25 de maio de 2020.
"Concordo, definitivamente, que viola a nossa política", afirmou o responsável, quando questionado pelo procurador sobre as ações de Derek Chauvin. "Aquilo não faz parte da nossa política, não é o que ensinamos", acrescentou, depois de ter sido extensivamente questionado, durante a tarde, sobre as políticas do seu departamento em relação a desagravamento de situações tensas ["de-escalation"], uso de força e dever de auxílio a quem precisar.
"Temos um dever de auxílio e, portanto, quando alguém está sob a nossa custódia, independentemente de ser um suspeito, temos uma obrigação de assegurar assistência", explicou.
Chief Medaria Arradondo testifies former officer Chauvin's use of force against George Floyd violated Minneapolis police policy.
— CBS News (@CBSNews) April 5, 2021
"That in no way, shape or form is anything that is by policy, it's not part of our training and is certainly not part of our ethics or values." pic.twitter.com/HHoXToeTGN
Durante o seu depoimento, Medaria Arradondo, admitiu que as ações de Chauvin poderiam ter sido aceitáveis "nos primeiros segundos", para dominar o suspeito, mas deviam ter cessado pouco depois. "Assim que o senhor Floyd parou de oferecer resistência, e seguramente assim que começou a ficar em dificuldades e a tentar verbalizar isso, aquilo devia ter parado", continuou, referindo-se ao método de restrição de movimentos aplicado por Derek Chauvin, que acabou por fazer com que a vítima perdesse os sentidos - tendo falecido, mais tarde, no hospital.
Medaria Arradondo, recorde-se, despediu os quatro polícias envolvidos na detenção de George Floyd no dia seguinte ao incidente, uma decisão com a qual alinhou de imediato o mayor de Minneapolis, Jacob Frey. "Esta é a decisão certa", escreveu, na altura, nas redes sociais.
No mês seguinte, abril, Arradondo, que foi o primeiro chefe de polícia negro daquela cidade, descreveu a morte de Floyd como um "homicídio".
Sublinhe-se que este testemunho ocorreu no âmbito do julgamento ao alegado homicídio de George Floyd, que segue na segunda semana. Derek Chauvin, o agente que é visto com um joelho nas costas de Floyd, estava acompanhado de três outros elementos das autoridades, mas foi o único acusado de dois crimes de homicídio (homicídio simples e homicídio agravado). Os outros três polícias envolvidos no caso - Alexander Kueng, Thomas Lane e Tou Thao - serão julgados por "cumplicidade no homicídio" em agosto.
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